Lula terá missão de resolver problemas do PT nas eleições municipais
Partido custa a amarrar palanques em algumas capitais e espera que o presidente convença aliados a cederem espaço
Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolver pessoalmente os impasses nas negociações com aliados e amarrar o mapa final de candidaturas para as eleições deste ano. Com dificuldade de garantir protagonismo em algumas cidades estratégicas, o PT quer que o presidente dialogue pessoalmente com partidos aliados, colocando na mesa de negociações o seu capital político e a perspectiva de um projeto conjunto de longo prazo.
O mapa eleitoral do PT para este ano foi tema de uma longa reunião realizada ontem em Brasília, pelo Diretório Nacional do partido. O encontro serviu para colocar em prática a prerrogativa dada ao comendo nacional da sigla de arbitrar disputas nas cidades mais importantes. O encontro terminou sem uma solução em algumas capitais. Em certos casos, o problema está na negociação com aliados. Em outros, está na disputa dentro do próprio PT.
No Rio de Janeiro e no Recife, o partido patina na tentativa de emplacar o vice nas respectivas chapas de Eduardo Paes (PSD) e João Campos (PSB). Há problemas também em Curitiba e João Pessoa, onde o partido se divide entre a candidatura própria e apoio a prefeitos de partidos aliados.
“Vamos precisar que o Lula coloque seu capital político na mesa. A nossa situação não está nada boa. O partido abriu mão de muitas candidaturas, fez essa escolha em nome do projeto nacional e tudo bem. Mas temos que manter algum protagonismo”, disse ao blog um líder petista sob reserva.
Mesmo em cidades onde a situação parece resolvida, Lula deve entrar pessoalmente em campo. Em Belo Horizonte, por exemplo, o PT escolheu o deputado Rogério Correia para disputar a prefeitura. Mas segue sob pressão do PSD para que ele se retire da disputa ainda no primeiro turno, em favor do atual prefeito Fuad Noman. Aliados de Lula avaliam que caberá ao presidente convencer nomes como Gilberto Kassab e Rodrigo Pacheco de que o melhor é deixar uma aliança para a segunda etapa de votação.