Debates, padrinhos e foco na periferia: como será a reta final da eleição em São Paulo
A uma semana da eleição, campanhas que lideram a disputa tentam estancar rejeição e conquistar voto do eleitor que deve se decidir somente na última hora
Depois de uma campanha marcada por ataques e agressões, os candidatos que disputam o comando da maior cidade do país devem focar os próximos dias em três frentes: a realização de debates, a aposta em padrinhos políticos e a briga intensa por aquela fatia do eleitorado que só decidirá, de fato, o voto na última hora.
Depois de um debate mais tranquilo na TV Record, no último sábado, os principais candidatos em São Paulo estarão juntos nesta manhã em mais um confronto, organizado pelo UOL e pela Folha de S.Paulo.
O clima ainda é de apreensão nas campanhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL), em relação ao comportamento de Pablo Marçal (PRTB) nos próximos debates. O influenciador baixou significativamente o tom na Record, mas as campanhas adversárias avaliam que ele pode retomar as agressões diante de uma audiência formada principalmente por quem se informa pela internet e redes sociais, como é o caso do UOL.
Em especial na campanha de Nunes, há forte apreensão quanto ao debate da TV Globo. Como o prefeito disputa o voto bolsonarista com Marçal, a avaliação da equipe é que ele terá de avaliar cuidadosamente as interações com o influenciador. A ordem é manter o tom crítico, para tirar votos do ex-coach. Mas sem atiçar reações exageradas por parte do rival.
Para Marçal, os debates serão fundamentais para estancar a alta rejeição do candidato do PRTB, resultado da campanha agressiva conduzida até agora. Na Record, o candidato até ensaiou uma provocação ao concorrente do PSOL, a quem chamou de Boules – em referência ao uso de linguagem neutra. Mas o influenciador logo recuou, após ser punido com a perda de tempo nas considerações finais.
No fim de semana, os ataques a adversários também perderam espaço nas redes de Pablo Marçal, dando lugar a vídeos do corpo a corpo do candidato pela cidade. Nos próximos dias, a campanha de rua também é vista como determinante pelas campanhas de Nunes e Boulos, que torcem para capitalizar o apoio de padrinhos políticos e brigam pelo voto da periferia.
Sem a promessa de um engajamento direto do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nunes deve intensificar os compromissos ao lado de Tarcísio de Freitas. A agenda intensa com o governador paulista tem contribuído para atrair o voto bolsonarista mais moderado, na avaliação de estrategistas da campanha do prefeito.
Boulos deve seguir investindo em eventos como carreatas, em companhia da vice, e ex-prefeita, Marta Suplicy. Apesar da frustração com a ausência de Lula nos eventos que estavam previstos para o último fim de semana, a expectativa é que o presidente compareça a uma caminhada de encerramento da campanha, agendada para o dia 5.
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