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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Análise: Debate da Globo em SP expôs momentos de tensão, mas medo da rejeição falou mais alto

    Confronto evidenciou briga entre Nunes, Boulos e Marçal por uma vaga no segundo turno

    Pressionados pela indefinição da disputa na maior cidade do país, os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo protagonizaram um vai-vém no debate desta quinta-feira (3) na TV Globo.

    Embora o tom moderado tenha dominado grande parte do confronto, momentos de tensão trouxeram à tona parte da agressividade que marcou a campanha neste primeiro turno.

    Fruto da apreensão de muitos candidatos, Pablo Marçal (PRTB) passou grande parte do confronto deixando em segundo plano o personagem agressivo dos debates anteriores.

    Nos primeiros blocos, o ex-coach respondeu serenamente a muitas das perguntas nos primeiros blocos, expôs ideias para a cidade e pediu um voto de confiança ao eleitor.

    Até então, muitos dos participantes centravam críticas no prefeito Ricardo Nunes (MDB). Tabata Amaral (PSB) se contrapôs ao prefeito, ao investir num discurso propositivo.

    José Luiz Datena (PSDB) chegou a ensaiar uma dobradinha com Guilherme Boulos (PSOL) para atacar a atual gestão. Era um movimento planejado pelas campanhas e esperado por Nunes, que se empenhava em defender as realizações da prefeitura.

    Na medida em que o confronto avançou, foi Boulos quem subiu o tom. Chamou Marçal para o confronto, descreveu o rival como lobo em pele de cordeiro e o comparou até a Suzane Von Richthofen, que assassinou os pais.

    Também buscou o voto feminino ao destacar falas machistas do rival, que replicou descrevendo o adversário como esquerdopata.

    Marçal embarcou na provocação e tentou associar mais uma vez o psolista ao uso de drogas, mesmo que de maneira muito menos explícita do que em outros debates.

    O deputado sacou até mesmo um exame toxicológico, sendo desautorizado por tentar exibir um documento, o que era vedado pelas regras do debate.

    Boulos e Marçal também bateram de frente com Nunes. Entraram no balaio acusações de corrupção, menções ao crime organizado e até o boletim de ocorrência registrado pela mulher do prefeito.

    O tom, entretanto, foi mais ameno do que se viu em debates anteriores.

    O temor dos candidatos de despertar uma rejeição grande demais junto ao eleitorado falou mais alto. Um reflexo da audiência da TV Globo, combinada ao aperto da disputa e às regras mais rígidas do debate, que seguiram um modelo bem tradicional.

    Ao fim, apesar dos confrontos, o debate da TV Globo cumpriu um papel relevante. Houve momentos de tensão.

    Mas ficaram na gaveta os cortes esdrúxulos para as redes sociais, a cadeirada, os socos, os palavrões e os xingamentos. Um ganho para o eleitor.

    O que o eleitor pode e não pode levar para a urna no dia da votação?

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