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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Autonomia ampla do BC joga lenha na briga entre PT e Campos Neto

    Nos bastidores, dirigentes do partido reagiram duramente à PEC para ampliar independência do banco

    A notícia de que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tentará fazer avançar a proposta de autonomia ampla da instituição jogou lenha mais uma vez na briga com o PT.

    Nos bastidores do partido, a reação contrária a uma PEC sobre o tema provocou duras críticas de dirigentes, que atribuem a articulação a um “movimento para tirar poder do governo e transferir para o mercado”.

    O tema da autonomia ampla do Banco Central foi abordado em entrevista do presidente da instituição, Roberto Campos Neto, concedida no fim de semana ao jornal Folha de S. Paulo.

    O tema chegou a ser tratado em conversa entre Campos Neto e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

    “Isso aí é pressão do mercado, que está preocupado com o fim do mandato do Roberto Campos Neto. É um movimento claro para tentar tirar do governo federal o direito de guiar a política monetária”, disse à CNN um líder petista com bom trânsito no Palácio do Planalto.

    Após a entrevista de Campos Neto vir a público, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi para as redes sociais e fez duras críticas à discussão da autonomia ampla do BC. Segundo a deputada, o projeto quer “submeter o Brasil a uma ditadura monetária”.

    Haddad, entretanto, vem mantendo uma postura de diálogo com o BC.

    A expectativas de aliados do ministro da Fazenda é que ele siga ouvindo sugestões sobre o assunto, em nome da boa relação construída com Campos Neto.

    Na prática, entretanto, pessoas próximas ao ministro avaliam que são mínimas as chances de a discussão avançar.

    O novo embate entre Campos Neto e o PT ocorre num momento em que o partido do presidente retoma as críticas ao Banco Central pela política de juros.

    O discurso acusando a instituição de travar a retomada do crescimento econômico foi reciclado por líderes petistas após a divulgação dos dados do PIB de 2023, na semana passada.

    Apesar da alta de 2,9% em 12 meses, puxada pelo agronegócio, o PIB permaneceu totalmente estagnado nos dois últimos trimestres do ano passado.