PSDB-SP planeja debandada após intervenção da Executiva nacional, dizem fontes
Partido anulou eleição de Marco Vinholi, escolhido para comandar a legenda no estado
Integrantes do PSDB-SP relataram à CNN planejarem uma debandada após a Executiva Nacional da legenda intervir na sigla e anular a eleição do presidente estadual da legenda, que escolheu Marco Vinholi para seu comando.
Embora não tenha mais o tamanho e o peso político de outros tempos, o partido tem hoje dois deputados federais, nove estaduais, oito vereadores na capital paulista e 32 prefeitos no estado.
Boa parte desse grupo planeja deixar a sigla se não houver um acordo pela reversão da intervenção. Há uma alternativa ainda a ser estudada que é a judicialização, mas interlocutores de Vinholi disseram que ela seria ainda analisada.
No entanto, a tendência é de que prevaleça a intervenção nacional. A decisão tomada pela Executiva nacional na sexta-feira à noite deverá ser publicada nesta segunda-feira (11). Um novo presidente deve ser escolhido e é dado como certo que será Paulo Serra, prefeito de Santo André.
Segundo aliados do presidente do PSDB, Marconi Perillo, o motivo da anulação foi a violação ao artigo 41 do estatuto que prevê que a executiva deve ser eleita no mesmo dia do diretório e se isso não ocorrer haverá um prazo de cinco dias para que ocorra. No caso do PSDB-SP, dizem aliados de Perillo, ocorreu depois de onze dias. Além disso, nem todos os votantes foram avisados da eleição.
O grupo de Vinholi contesta que isso tenha ocorrido. A leitura é de que a intervenção tem fundo político. Perillo, com apoio do deputado federal Aécio Neves, mobiliza-se para ter o controle do diretório do partido em São Paulo.
Historicamente, no auge do partido, São Paulo e Minas sempre disputaram o comando da sigla. A oportunidade apareceu agora no momento em que o partido perdeu o Palácio dos Bandeirantes após 27 anos.
A ideia da Executiva nacional é que o partido tente dar fôlego ao que resta da legenda em São Paulo. Nos planos estão o lançamento de candidaturas de peso em Piracicaba, Ribeirão Preto, Santo André, São Bernardo do Campo e São José dos Campos.
São Paulo acaba sendo a incógnita nesta equação. Parte do partido defende a candidatura própria, por exemplo, refiliando Andrea Matarazzo ao partido, parte defende uma aliança com Tabata Amaral (PSB).
Lideranças da sigla dizem ser “muito difícil” o apoio ao prefeito Ricardo Nunes por sua aliança com Jair Bolsonaro e com Guilherme Boulos pela rivalidade histórica entre PT e PSDB.
Procurado, o PSDB nacional não se manifestou.