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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Por apoio, Elmar e Brito oferecem 1ª Vice-presidência da Câmara ao PT

    Pré-candidatos à presidência da casa também sinalizam rejeitar possível anistia a Bolsonaro

    Os pré-candidatos à presidência da Câmara, Antonio Brito e Elmar Nascimento ofereceram ao PT a possibilidade de ocupar a primeira vice-presidência da casa em troca do apoio da bancada.

    Com 68 deputados, o PT tem a segunda maior bancada da casa e é considerado por Elmar e Brito como o fiel da balança para a sucessão de Arthur Lira. Ainda mais se considerar que a Federação PT-PcdoB-PV tem 80 deputados e vota em bloco. A eleição ocorre só em fevereiro.

    A estratégia de Brito e Elmar é tentar atrair o apoio do PT e evitar que o partido apoie Hugo Motta (Republicanos), o candidato de Lira.

    Além de oferecer o cargo ao PT, Elmar e Brito também sinalizaram aos petistas que não irão avançar com o projeto de lei de anistia que pode vir a beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foi o União Brasil de Elmar que travou na Comissão de Constituição e Justiça na semana passada o avanço da proposta que anistia investigados pelo 8 de janeiro e que pode abrir brecha para, durante a tramitação, anistiar Bolsonaro também.

    A anistia é uma pré-condição do apoio do PL, partido de Bolsonaro e que tem a maior bancada da Câmara (91 deputados), a qualquer candidato.

    Até o lançamento da candidatura de Motta, Elmar e Brito haviam sinalizado ao PL que pautariam a anistia. Mas isso mudou a partir do momento em que Lira manifestou apoio a Motta e o tornou o favorito na disputa.

    Elmar e Brito mantiveram suas candidaturas e fizeram um pacto, quem for ao segundo turno terá o apoio do outro. E passaram a tentar construir um bloco mais alinhado à agenda do PT e do Palácio do Planalto.

    A leitura é de que a única chance de o partido de Lula ocupar um posto de destaque na Mesa Diretora é apoiando um dos dois, uma vez que no bloco de Motta o PL, por ter maior bancada do que a do PT, tem a preferência na escolha dos cargos. O princípio vale para o projeto da anistia: sem o apoio formal do PL, Brito e Elmar não terão qualquer compromisso em pautar a proposta.

    Elmar e Brito têm dito a interlocutores que sua situação é parecida com a de Rodrigo Maia, na qual a esquerda decidiu o segundo turno.

    Justamente em razão disso, passaram a fazer os acenos de que serão eles, e não Motta, que trarão estabilidade política ao governo Lula na segunda metade de seu governo.

    Elmar disse a Lula, por exemplo, na semana passada, que a aliança entre ele e Brito (União Brasil e PSD) representam mais a base do governo, com 180 votos, do que a candidatura de Motta (PP e Republicanos). Todos esses partidos têm ministérios na Esplanada. E que a candidatura Motta tem como eixo a trinca de partidos que deu sustentação política a Bolsonaro: PP, Republicanos e o próprio PL. Logo, a esquerda apoiar Motta seria apoiar o grupo que esteve com Bolsonaro. Além disso, foi lembrada a ligação de Motta com Eduardo Cunha, artífice da queda de Dilma Rousseff.

     

    O que o eleitor pode e não pode levar para a urna no dia da votação?

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