Os 5 motivos que fazem Moro ver chance de salvar mandato na Justiça
Julgamento nesta segunda-feira (1°) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná
Interlocutores do senador Sergio Moro relataram à CNN estarem mais otimistas quanto ao julgamento que se inicia nesta segunda-feira (1°) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e que decidirá se ele mantém ou não o cargo.
Alguns fatores são apontados como justificativas.
1. Moro ajustou nos últimos meses o seu modo de fazer política em relação a quando foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro
Está mais reservado, evita confrontos abertos contra autoridades do governo Lula e das cortes superiores de Brasília, e tem construído pontes com personagens que podem selar seu destino.
De acordo com aliados, trata-se de uma postura oposta à de Deltan Dallagnol, que, eleito deputado, partiu para o confronto com o chamado establishment político e acabou cassado.
2. A queda na popularidade do presidente Lula
Isso tem feito agentes políticos discutirem com mais ênfase alternativas à direita.
Embora não tenha o mesmo capital político de anos atrás, a crescente fragilidade da esquerda tem permitido que Moro possa ser considerado por segmentos da direita como alguém a ser preservado e com potencial de ajudar possíveis opositores de Lula em voos maiores.
Até porque um Moro cassado significa uma Lava Jato mais desmoralizada e Lula com mais um álibi para sua provável candidatura à reeleição em 2026.
3. A avaliação de que o caso dele vai gerar precedentes na jurisprudência, o que tende a ampliar a atenção com os termos da decisão que o TRE passará a considerar a partir desta segunda
Casos semelhantes de cassações à direita são distintos, como o de Selma Arruda, no Mato Grosso do Sul, e o de Jorge Seif, em Santa Catarina.
4. Setores do governo Lula avaliam que é melhor ter um Moro moderado no mandato no Senado do que um bolsonarista aguerrido podendo liderar a oposição ao Planalto
Sob reserva, petistas assumem que no caso de uma eleição suplementar será difícil obter a vaga de Moro.
Em 2022, a melhor candidatura à esquerda no estado foi de Desirree, do PDT, que teve 2% dos votos.
5. A iminência de mudança na composição do Tribunal Superior Eleitoral, para onde o caso certamente irá independentemente do resultado no TRE
Os Ministros do STF indicados por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, deverão ter mais protagonismo na Corte e são vistos como elo para uma composição política.
Aliados de Moro, porém, acreditam que uma vitória no TRE é essencial para uma nova vitória no TSE.
Caso contrário, a aposta é de que uma derrota em Curitiba levará quase que automaticamente a uma derrota em Brasília, que “lavará as mãos”, segundo uma fonte.
Ninguém próximo a Moro aposta um placar em Curitiba, mas dizem que o voto do relator, Luciano Falavinha, no início do julgamento, poderá ser determinante para seu desfecho.
Ele deve ser extenso e a percepção é de que influenciará pelo menos outros dois desembargadores em um colegiado de sete.