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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Os 5 motivos que fazem Moro ver chance de salvar mandato na Justiça

    Julgamento nesta segunda-feira (1°) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná

    Interlocutores do senador Sergio Moro relataram à CNN estarem mais otimistas quanto ao julgamento que se inicia nesta segunda-feira (1°) no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná e que decidirá se ele mantém ou não o cargo.

    Alguns fatores são apontados como justificativas.

    1. Moro ajustou nos últimos meses o seu modo de fazer política em relação a quando foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro

    Está mais reservado, evita confrontos abertos contra autoridades do governo Lula e das cortes superiores de Brasília, e tem construído pontes com personagens que podem selar seu destino.

    De acordo com aliados, trata-se de uma postura oposta à de Deltan Dallagnol, que, eleito deputado, partiu para o confronto com o chamado establishment político e acabou cassado.

    2. A queda na popularidade do presidente Lula

    Isso tem feito agentes políticos discutirem com mais ênfase alternativas à direita.

    Embora não tenha o mesmo capital político de anos atrás, a crescente fragilidade da esquerda tem permitido que Moro possa ser considerado por segmentos da direita como alguém a ser preservado e com potencial de ajudar possíveis opositores de Lula em voos maiores.

    Até porque um Moro cassado significa uma Lava Jato mais desmoralizada e Lula com mais um álibi para sua provável candidatura à reeleição em 2026.

    3. A avaliação de que o caso dele vai gerar precedentes na jurisprudência, o que tende a ampliar a atenção com os termos da decisão que o TRE passará a considerar a partir desta segunda

    Casos semelhantes de cassações à direita são distintos, como o de Selma Arruda, no Mato Grosso do Sul, e o de Jorge Seif, em Santa Catarina.

    4. Setores do governo Lula avaliam que é melhor ter um Moro moderado no mandato no Senado do que um bolsonarista aguerrido podendo liderar a oposição ao Planalto

    Sob reserva, petistas assumem que no caso de uma eleição suplementar será difícil obter a vaga de Moro.

    Em 2022, a melhor candidatura à esquerda no estado foi de Desirree, do PDT, que teve 2% dos votos.

    5. A iminência de mudança na composição do Tribunal Superior Eleitoral, para onde o caso certamente irá independentemente do resultado no TRE

    Os Ministros do STF indicados por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques e André Mendonça, deverão ter mais protagonismo na Corte e são vistos como elo para uma composição política.

    Aliados de Moro, porém, acreditam que uma vitória no TRE é essencial para uma nova vitória no TSE.

    Caso contrário, a aposta é de que uma derrota em Curitiba levará quase que automaticamente a uma derrota em Brasília, que “lavará as mãos”, segundo uma fonte.

    Ninguém próximo a Moro aposta um placar em Curitiba, mas dizem que o voto do relator, Luciano Falavinha, no início do julgamento, poderá ser determinante para seu desfecho.

    Ele deve ser extenso e a percepção é de que influenciará pelo menos outros dois desembargadores em um colegiado de sete.