“Não delatei. Não delatarei. Porque não há o que delatar”, diz Filipe Martins em carta
Ex-assessor de Bolsonaro pretende mostrar que optará por uma defesa técnica independentemente da relação do seu advogado com as Cortes em Brasília
Preso desde o dia 8 de fevereiro, Filipe Martins enviou uma carta a um amigo, na quinta-feira (4). No texto, o ex-assessor de Bolsonaro rechaça qualquer possibilidade de delação premiada. A CNN teve acesso ao documento.
“Não delatei. Não delatarei. Porque não há o que delatar”, escreveu.
Ele também mencionou o filósofo Sócrates: “Estou como disse Sócrates: ‘É preferível que eu padeça de uma injustiça do que cometer uma para livrar minha pele'”.
O movimento ocorre em um momento em que Filipe Martins faz alterações em sua defesa.
Sai o advogado paulista João Vinicius Manssur e entra Sebastião Coelho da Silva, desembargador aposentado do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, um antigo crítico de Alexandre de Moraes. Em 2022, Coelho disse que Moraes “inflama” o país, “não agrega” e faz “declaração de guerra” ao país.
A contratação de Coelho tem o objetivo justamente de rechaçar qualquer possibilidade de colaboração premiada diante de rumores de que ele poderia avaliar essa possibilidade.
Além disso, Martins, segundo seus interlocutores, pretende mostrar que optará por uma defesa técnica independentemente da relação do seu advogado com as Cortes em Brasília.
Sebastião confirmou à CNN que assumiu o caso. Questionado sobre a troca, Manssur disse: “A renúncia foi por motivos de foro íntimo”.