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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Comandante do Exército vai à China para estreitar relações militares

    Viagem está prevista para junho e as conversas devem ser focadas no intercâmbio de informações na área cibernética

    O comandante do Exército, general Tomás Paiva, irá fazer uma viagem oficial à China para estreitar relações militares com o país asiático.

    A informação foi confirmada à CNN pela assessoria do Exército.

    Ele deve se reunir com o chefe do Exército chinês, entre outros compromissos que estão sendo programados. A viagem está prevista para junho e as conversas devem ser focadas no intercâmbio de informações na área cibernética. O Brasil também tem interesse em munição pesada chinesa e nos blindados.

    O estreitamento de relações se dá no contexto do Brics, grupo originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul, e que foi ampliado a partir de 2024 com Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

    No ano passado, Tomás esteve na Índia. A força tem interesse em um sistema de artilharia antiaéreo de média altura indiano desenvolvido em parceria com Israel.
    O comandante também planeja uma visita à África do Sul. A Rússia, por estar em guerra contra a Ucrânia, ainda não está no radar.

    A viagem se dará após o anúncio da licitação bilionária do Exército para a compra de 36 veículos blindados de combate obuseiros, cujo resultado foi anunciado nesta semana. O valor da compra pode chegar perto de R$ 1 bilhão.

    A empresa chinesa Norinco estava na lista final de concorrentes, mas o vencedor foi grupo o israelense Elbit Systems. Ele produz o sistema Atmos, o mais bem pontuado pelo Comando Logístico do Exército e considerado o melhor do mundo.

    Como mostrou a CNN, o PT criticou a vitória da empresa israelense e afirmou que a decisão final da compra só sairia após uma avaliação política do Palácio do Planalto e do Itamaraty.

    O principal incômodo é com o fato de o governo de Israel ter declarado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) persona non grata após declarações comparando a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto. Setores do PT defendiam que a Norinco fosse a vencedora.

    O partido tem estreitado relações com a China. Em abril, uma ampla delegação do partido visitou o país e enalteceu a relação bilateral. Em 2023, Lula e ministros foram recebidos com pompa em uma longa visita ao país.

    Em 2023, o Palácio do Planalto e o Itamaraty operaram para que o Exército Brasileiro incluísse a China como convidada em um seminário sobre doutrina militar no Comando de Operações Terrestres.