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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Planalto não deve responder Venezuela por ameaça com imagem de Lula

    Anteriormente o governo já assumiu a postura de ignorar provocações

    Fontes do Palácio do Planalto relataram à CNN que o governo brasileiro seguirá na linha de não responder às provocações da Venezuela e, portanto, não deve haver resposta oficial para a ameaça postada pela Polícia Nacional do país vizinho, nas redes sociais.

    Na postagem há uma montagem com a figura borrada do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está em frente a bandeira brasileira com a seguinte frase: “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”, em tradução livre.

    A linha do Palácio do Planalto é seguir a estratégia já feita em provocações anteriores como, por exemplo, do presidente da Argentina, Javier Milei: ignorar.

    O Planalto, assim como o Itamaraty, avalia que se trata de mais uma “isca” do regime de Nicolás Maduro, buscando uma escalada contra o Brasil.

    A linha é a mesma seguida após a Venezuela ter chamado o embaixador do país em Brasília, para consultas em Caracas: não responder.

    A ideia é evitar tomar qualquer medida que possa escalar a tensão entre os dois países.

    Escalada da crise entre Venezuela e Brasil

    crise entre Venezuela e Brasil se agravou no final de outubro, após o país de Nicolás Maduro ter a entrada nos Brics, grupo que reúne as principais economias emergentes, vetada pelo Brasil.O incômodo no governo venezuelano começou após o Brasil não reconhecer a suposta vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho.

    Desde então, autoridades brasileiras, incluindo Lula, pediram para que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgue as atas detalhando os resultados da votação e confirmando o pleito. Então, durante a Cúpula dos Brics, realizada em Kazan, na Rússia, entre 22 e 24 de outubro, Nicolás Maduro fez um pronunciamento afirmando que seu país “faz parte desta família dos Brics”.

    Ele pretendia que a Venezuela pudesse integrar o bloco econômico. Entretanto, para isso, é necessário consenso entre os integrantes do grupo e, conforme apurou Américo Martins, analista de Internacional da CNN, Lula determinou pessoalmente que o Itamaraty bloqueasse a entrada do país sul-americano.

    No dia 29 de outubro, Maduro afirmou que o Itamaraty “sempre conspirou contra a Venezuela” e que é uma “chancelaria muito vinculada ao Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

    Celso Amorim, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, pontuou que o Brasil estava sendo acusado injustamente por barrar a adesão venezuelana aos Brics.

    Porém, o presidente do Legislativo venezuelano, Jorge Rodríguez, declarou intenção de declarar Amorim, como persona non grata no país.

    Um dos movimentos de maior tensão nessa crise aconteceu no dia 30 de outubro, quando Venezuela convocou o embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vadell, para consultas após o descontentamento com Celso Amorim.

    Esse passo é, na diplomacia, uma medida que expressa forte protesto, e poderia anteceder o rompimento de relações diplomáticas entre dois países, caso Maduro decida retirar definitivamente seu embaixador de Brasília.

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