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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Lideranças libanesas no Brasil condenam ação de Israel

    Presidente da Confederação Nacional das Entidades Líbano-Brasileiras disse entender a ação israelense como “exagerada e genocida”

    Lideranças libanesas no Brasil condenaram ao blog a ação militar de Israel em curso no país.

    Rogério Bassil, presidente da Confederação Nacional das Entidades Líbano-Brasileiras disse entender a ação de Israel como “exagerada e genocida”.

    “Eu acho essa ação exagerada. Pode ser comparada ao genocídio de um povo. Não vou discutir quem tem razão, quem começou, quem terminou. Vou discutir esses ataques em cima de aldeias indefesas, de crianças, com milhares de vítimas inocentes”, disse.

    Para ele,“ isso não é correto e não é humano” e a tese de legítima defesa defendida por Israel não se aplica. “Não se pode alegar legítima defesa cometendo crimes bárbaros. Nenhuma guerra em todos os tempos teve essa agressividade”, diz Bassil.

    De acordo com ele, “o Líbano é um país pacífico que nem sequer tem exército formado para invadir vizinho ou atacar qualquer povo”.

    O Arcebispo da Igreja Maronita no Brasil, dom Edgard Madi, aponta também o que considera reação desproporcional de Israel.

    “A ação militar de Israel é desproporcional e injusta, pois ela destrói as casas, as safras do povo. As repercussões pesam no país inteiro. Todos os libaneses estão pagando o preço. O Líbano está hoje sem turismo, sem economia e sem vida”, disse.

    Ele declara ainda que “o problema hoje é que Israel está batendo todos os lugares onde a resistência libanesa existe: o sul, Beirute a capital, e a zona leste do Líbano chamada Beqaa”. “E aí todos os lugares e cidades do Líbano estão ameaçadas no Líbano”, complementa.

    Dom Edgard coloca ainda que “o Líbano é conhecido pela convivência e confraternização entre os partidos que compôs o país” e que “é composto de muçulmanos e de cristãos, e todos nós nos apoiamos uns aos outros”.

    O presidente da Câmara de Comércio Brasil Libano, Guilherme Mattar, afirmou que são dias “extremamente difíceis” e classificou os libaneses como “historicamente um elemento agregador e essa é a matéria-prima que essa instituição cuida”.

    Ele disse preferir evitar tecer maiores comentários porque a entidade é independente das questões internas do Líbano e geopolíticas do Oriente Médio.

    Ahmed Aref, empresário libanês e um dos líderes da comunidade no país diz que o ataque de israel no Líbano é um grave precedente.

    “Para se defender, bastava encarar o problema de frente, sentar, respeitar e resolver. Através do tempo, nenhum povo conseguiu eliminar outro pela guerra. O povo judeu pregador do amor, do respeito, e da paz, decepciona em praticar tal maneira para se defender uma vez considerado o povo mais culto e inteligente”.

    Mohamed Hussein El Zoghbi, presidente da UPL (Unidos Pelo Líbano) e da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, disse estar preocupado com os ataques.

    “Como descendente de libaneses, recebi a notícia dos ataques aéreos ao Líbano com tristeza e preocupação. Repudio toda forma de violência, especialmente, quando inocentes – incluindo crianças – se transformam em vítimas de líderes que só pensam em seus próprios interesses. Para eles, a vida humana não tem o menor valor”, afirmou.

    Também disse que “é preciso conter a escalada da violência”.

    “O mundo precisa de paz e as guerras não resolvem nada – só trazem sofrimento. Espero que esta triste situação – somada a outras que vêm acontecendo no Oriente Médio e no Mundo – sirvam de alerta. É preciso agir. E rápido!”, complementou.

    Ele falou ainda que “o que me deixa muito triste é verificar apoio de entidades brasileiras ao conflito bélico, esquecendo que inocentes estão perdendo a vida sem nada ter feito”.

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