Governo avalia estender por tempo indeterminado permanência de embaixador brasileiro de Israel no Brasil
Ausência se deve à crise diplomática, que começou após Lula comparar guerra em Gaza ao extermínio de judeus pelos nazistas
O governo brasileiro avalia estender a permanência do embaixador de Brasil em Israel, Frederico Meyer, por tempo indeterminado até que a relação entre os dois países distensione.
Meyer chegou ao Brasil há uma semana mas ainda não conversou com o presidente Lula e teve um breve encontro no Rio com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
No entanto, ainda não trataram do motivo que levou o Brasil a convocá-lo: a reprimenda que ele tomou do ministro das Relações Exteriores de Israel no Museu do Holocausto, em Jerusalém, na segunda-feira (19).
Nesse sentido, o Brasil está sem embaixador em Israel há mais de uma semana e, segundo fontes da diplomacia brasileira, não há previsão de que ele retorne no curto prazo.
Tampouco há previsão do encontro do embaixador com Lula e Vieira. Diplomatas disseram à CNN que a agenda de ambos prejudicou o encontro. O país sediou um encontro do G20 e nesta quarta-feira (28) Lula viajou ao exterior.
Mas a manutenção dos ataques de Israel a Lula fortalece a ideia de não haver pressa para que a conversa ocorra.
Nesta quarta-feira (28), o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, voltou a criticar Lula.
Ele disse: “Lula, você disse que a guerra justa de Israel contra o Hamas em Gaza é igual ao que Hitler e os nazistas fizeram com os judeus, e ofendeu a memória de 6 milhões de judeus assassinados no Holocausto. Não vamos esquecer, nem perdoar. Envergonhe-se e peça desculpas!”.
Procurado, o Itamaraty disse que não ia comentar.