Defesa de Tarcísio dirá à Justiça que fala sobre PCC não interferiu na eleição
Governador afirmou no domingo de 2º turno que houve um “Salve do PCC” com suposta orientação para voto em Boulos
A defesa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai usar como argumento uma suposta ausência de influência de sua declaração sobre o PCC no resultado eleitoral de São Paulo.
No domingo (27), Tarcísio afirmou que houve um “Salve do PCC”, indicando o voto da facção para Guilherme Boulos (PSOL) na capital paulista.
A campanha do deputado acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A acusação é de abuso de poder político. Se condenado, o governador pode até se tornar inelegível.
Advogados encarregados do caso admitiram à CNN que houve uma infração eleitoral passível de punição branda, mas que o caso não deve levar a uma condenação por inelegibilidade.
A interpretação que será aplicada na defesa do governador é de que não é possível comprovar que a fala teve influência no resultado eleitoral.
A defesa pretende inclusive comparar o resultado eleitoral de Boulos em 2020 e 2024 para mostrar que sua votação foi praticamente a mesma nas duas eleições. O psolista teve 40,65% dos votos válidos neste domingo e 40,62% no segundo turno há quatro anos.
A linha argumentativa tende a ser a de que o potencial constrangimento que a fala provocou no eleitor paulistano — admitida pela defesa — não gerou um claro benefício eleitoral ao vitorioso, Ricardo Nunes.
A defesa também pretende esclarecer o contexto em que o governador deu a declaração. Segundo seus interlocutores, ele foi questionado em uma entrevista coletiva sobre uma notícia que tratava do assunto e acabou dando a resposta.
Não tinha, portanto, ainda segundo seus aliados, de chamar uma entrevista para dar a declaração para tentar influenciar o resultado. De qualquer modo, o episódio é tratado no seu entorno como um erro do governador.
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