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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Análise: Coalizão de Nunes é embrião de frente anti-Lula para 2026

    Esquerda já tem um candidato — Lula — e uma máquina partidária e administrativa trabalhando por ele; oposição ao petista é forte, mas está dividida

    A coalizão de 11 partidos que reelegeu com folga o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é o embrião do que poderá se tornar uma frente ampla de direita contra Lula em 2026.

    Os seis maiores partidos que elegeram prefeitos neste ano estão ali. Pela ordem no ranking: PSD, MDB, PP, União Brasil, PL e Republicanos.

    São os mesmos partidos que apoiaram os dois últimos presidentes de direita, Michel Temer e Jair Bolsonaro (o União é uma cisão do DEM e do PSL).

    Somados, já têm cerca de R$ 3 bilhões do fundo eleitoral, algo em torno de 60% do total.

    Juntos, terão a partir de janeiro cerca de 4 mil prefeitos dos 5.570 do país, algo em torno de 70% do total.

    É uma engrenagem que, se bem azeitada, potencializa as chances de qualquer candidato a presidente.

    A engenharia política que se dará já a partir desta segunda-feira (28) para a divisão de espaços no novo mandato na Prefeitura de São Paulo, que começa em janeiro, vai ditar as chances de estarem juntos ou não contra Lula em 2026, mas não será o determinante.

    Outras variáveis contarão mais.

    A começar pela escolha do mesmo candidato. Goste-se ou não da esquerda, ela já tem um candidato — Lula —, uma máquina partidária e administrativa trabalhando por ele — e a expertise de ter ganho cinco das seis eleições presidenciais brasileiras neste século.

    Parte dessas vitórias ocorreu justamente diante das disputas internas no campo adversário, haja vista os embates entre José Serra e Geraldo Alckmin em 2006, e entre Aécio Neves e Geraldo Alckmin em 2014.

    No cenário de hoje, o problema é semelhante. A oposição é forte, mas está dividida.

    Há muitos nomes e, para piorar, cada um com estratégias distintas.

    É uma receita ideal para mais uma derrota, mas que a coalizão de São Paulo poderá ajudar a resolver.

    Todos os caciques desses partidos dividiram ao longo da campanha as estratégias políticas que culminaram na vitória de Nunes. Não à toa todos estavam no palanque vitorioso de Nunes neste domingo (27).

    No discurso, o eleito deu a linha de um possível caminho. Falou em equilíbrio, menos ideologia, mais realizações e agendas conectadas com a realidade.

    O discurso está pronto. Falta cuidar da complexa engenharia política para que a frente ampla de 2026 seja a da direita, não a da esquerda.

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