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    Caio Junqueira
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    Caio Junqueira

    Formado em Direito e Jornalismo, cobre política há 20 anos, 10 deles em Brasília cobrindo os 3 Poderes. Passou por Folha, Valor, Estadão e Crusoé

    Aliança do PT em SP é com Boulos, não com PSOL

    A aliança do PT é com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), não com o PSOL. Foi assim que um petista que integra a Executiva do partido definiu à CNN o status da aliança que o partido fez na principal eleição municipal deste ano no país, a de São Paulo.

    A expressão, cuja ideia-força é repetida em boa parte das avaliações petistas, aponta a probabilidade relativamente alta de uma cisão no futuro caso Boulos vença a eleição.

    O motivo é que o PT entende que a maioria interna que Boulos tem no PSOL é razoável, mas ainda frágil e, portanto, fonte possível de crises futuras. Na conta de um correligionário, o grupo de Boulos tem 90% do partido na capital paulista, 70% no estado e 66% no país.

    A oposição interna a ele no PSOL argumenta que Boulos é pragmático demais, está à direita do partido, é praticamente uma via de transmissão do PT centrista e lulista dentro do PSOL, o que gera uma reação interna.

    Tanto que ainda é tímida a atuação de certos grupos psolistas na campanha dele, o que abriu espaço para o PT ocupar postos estratégicos.

    Toda a coordenação da campanha é divida entre o PT e gente de confiança de Boulos no PSOL. A, digamos, esquerda do partido, está até agora alijada do processo.

    E há quem aposte que, em caso de vitória dele, a situação ficará mais explícita, seja na disputa por espaços da prefeitura seja na definição de políticas públicas ou mesmo em uma debandada de parte da legenda.

    O processo poderia até mesmo culminar numa migração de Boulos para o PT, algo que nos bastidores já vem sendo aventado por petistas.

    O partido já o convidou há alguns anos, mas Boulos negou, avaliando ser melhor ser o maior em um partido menor do que ser menor em um partido maior.

    A aposta até agora se mostrou certeira. Se tivesse saído, por exemplo, dificilmente teria sido candidato a presidente em 2018 ou a prefeito em 2020.

    Por outro lado, é fato que Boulos usa em 2024 a experiência administrativa do PT que inexiste no PSOL para transmitir aura de senioridade, um dos pontos que, segundo as pesquisas internas da campanha, lhe faltam segundo o eleitorado.

    Por ora, o otimismo elevado da campanha tem atenuado essas questões. Mas, segundo um integrante do PSOL, a “guerra fria” entre as duas legendas apenas diminuiu, não parou. Essa fonte diz à CNN que Boulos nunca sairá do PSOL e que seu projeto nacional se dará por dentro do partido criado em 2005 por dissidentes do PT.