Tarcísio aprova regras de governança para blindar Sabesp após privatização
Modelo de gestão corporativa é semelhante ao adotado para a Eletrobras
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aprovou em reunião fechada no Palácio dos Bandeirantes na noite desta quarta-feira as regras de governança que serão seguidas pela Sabesp após a venda da estatal.
Com elas, o governador mostra que deseja uma gestão corporativa na Sabesp, evitando que um acionista, ou grupo de acionistas, tenha poder de voto e decisões na companhia. O modelo é semelhante ao adotado para a Eletrobras.
As regras adotadas são semelhantes a de empresas do setor privado com boa governança, segundo fontes do mercado. Isso porque elas blindam a gestão de interesses específicos.
São elas:
- A eleição dos membros do Conselho de Administração por chapas, formadas por três membros independentes, três representantes do investidor estratégico e três do Governo de São Paulo;
- O limite de 30% de ações para que um acionista tenha votos na empresa.
Ou seja, mesmo que um único acionista tenha mais de 30% das ações, o voto na assembleia valerá 30%. A ideia com isso é evitar que um único grupo assuma o controle da empresa, a exemplo do limite de 30% de votos para os acionistas.
As regras aprovadas constarão no Estatuto da Sabesp e em um Acordo de Investimentos entre o Governo de SP e o investidor estratégico.
Com a aprovação, o governador avança ainda mais no processo de privatização. A ideia é que a oferta de ações ocorra em junho.
O governador dará uma entrevista coletiva nesta noite para explicar as regras aprovadas pelo Conselho.
A aprovação das regras ocorre no mesmo dia em que a Câmara dos Vereadores de São Paulo analisa um projeto de lei com as regras do contrato da prefeitura com a Sabesp. O aval dos vereadores é importante para a venda porque a cidade de São Paulo é responsável por 44% da receita da estatal.