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    Boris Feldman
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    Boris Feldman

    Jornalista especializado em automóveis desde 1966, produtor e apresentador do programa Autopapo

    Papo de roda: 10 receitas (quase) infalíveis para te enganar no posto

    A maioria dos postos trabalha corretamente e respeita o motorista, mas tem os desonestos...

    • 1. “Batismo” – Para aumentar desonestamente sua rentabilidade, alguns donos de postos adulteram o combustível, aumentando o volume de etanol na gasolina, de água no etanol hidratado e outras maracutaias. Mas são obrigados a realizar (a pedido do freguês) testes que comprovem a qualidade do que entregam.
    • 2. “Caneta” – Esta é muito engenhosa: quando chegam os fiscais para verificar a qualidade do combustível, o posto abre uma tampa redonda no chão que dá acesso ao tanque no subsolo. Mas pode-se usar de um artificio para enganar a fiscalização: logo sob a tampa está um reservatório circular, maior, que contém o combustível correto de onde sai a amostra. Mas um outro, de menor diâmetro (“caneta”), sob o maior, é que efetivamente conecta a bomba com o interior do tanque e que fornece o combustível adulterado.
    • 3. “Bomba Branca” – Fique de olho: o posto representa uma marca tradicional como BR, Ipiranga, Ale ou Shell (Raizen) e tem o seu logotipo estampado (na testeira) lá no alto. Mas a ANP (agência que regula este comércio) permitiu que seja instalada uma bomba com combustíveis de outra procedência, desde que tenha visível a identificação deste fornecedor. Mas qual motorista entra num posto Shell e imagina que numa das bombas o produto é de outra marca? E até de origem duvidosa, e por um preço menor? Já houve tentativa judicial de acabar com esta distorção, ainda sem sucesso. A maracutaia recebe o apelido de “Bomba Branca”…
    • 4. “Bandeira Branca” – O posto não distribui combustíveis de marcas tradicionais e não ostenta “bandeira” nenhuma na testeira, pois o dono prefere não estar atrelado a nenhuma grande empresa. Ele tem liberdade de comprar do fornecedor de sua preferência, depois de verificar qualidade e preços. Outras redes de postos filiadas às grandes companhias de petróleo fazem uma campanha dissimulada insinuando que estes postos não são confiáveis. Não é verdade, pois a qualidade não depende da distribuidora, mas da honestidade do dono do posto. O “Bandeira Branca” pode ter combustíveis honestos, e os de marca famosa entregar adulterados.
    • 5. “Bomba baixa” – Um dispositivo eletrônico oculto configura a bomba para registrar um volume maior do que o realmente entregue. O fiscal não pega, pois ele confere 20 litros (previstos pela ANP), mas a desonestidade funciona só acima deste volume. Ou o gerente tem um controle remoto que “corrige” a bomba na presença da fiscalização. Já foi regulamentada pela ANP uma bomba com lacre eletrônico, que não permite esta maracutaia, que deveria ser instalada a partir do ano passado. O Inmetro, agindo mais uma vez contra os interesses do cidadão, prorrogou por cinco anos sua obrigatoriedade.
    • 6. Metanol – É um álcool extremamente tóxico, importado dos Estados Unidos, utilizado em indústrias químicas, de biocombustíveis e outras. Apesar de proibido, ele é misturado ao nosso etanol, pois custa muito menos. Mas provoca mal-estar, diarréia e até cegueira. Já morreram algumas pessoas no Brasil que o ingeriram. Só mesmo num exame laboratorial é possível detectar sua presença. A ANP tem lacrado vários postos flagrados com o metanol.
    • 7. Preço irreal – No cartaz lá fora, preços extremamente convidativos para gasolina, etanol e diesel. Mas, na bomba, só valem no caso de o cliente utilizar o aplicativo ou um cartão específico. Uma promoção considerada ilegal, mas praticada livremente.
    • 8. Aditivação – A gasolina aditivada nem sempre tem os aditivos corretos e que atuam com eficiência na limpeza do motor. Acredite: a aditivação não é fiscalizada (nem padronizada) pela ANP. O que resulta numa gasolina tida como aditivada, mas pouco (ou nada) diferente da comum. Solução? Abastecer com a comum e virar no tanque um frasco de aditivo que se encontra no mercado.

    • 9. Posto “pirata” – O posto é todo “decorado” com as cores, padrão e logotipo semelhantes aos de uma marca famosa. Até o uniforme do frentista e a cor da bomba. O motorista jura que está entrando num posto da Petrobras, ou Shell, mas é pura enganação. E, claro, não é ilegal!
    • 10. “Dedo de Ouro” – Maracutaia do posto combinado com o frentista, que – ao verificar o nível do óleo no cárter – aperta uma gota entre os dedos e, com ares de expert, explica para o motorista que “seu óleo perdeu a viscosidade”. Ou diz que óleo está “preto” e na hora de trocar. Ou calça com o dedo a vareta de óleo para que ela indique nível bem inferior e diz: “Tem que completar”.

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