Urgência do governo em aprovar pacote fiscal divide opiniões na Câmara
Rubens Pereira Jr. e Mendonça Filho, possíveis relatores dos projetos enviados pelo Executivo, têm avaliações diferentes
Os pedidos de urgência do pacote fiscal que devem ir à votação nesta quarta-feira (4), na Câmara, expõem racha na base aliada.
Os deputados Rubens Jr. (PT-MA) e Mendonça Filho (União-PE), integrantes de partidos da base, divergem sobre a pressa para aprovar o pacote.
O maior entrave é sobre a tramitação da PEC, que trata de novas regras para o pagamento de abono salarial.
Ao mesmo tempo, os dois deputados são cotados para assumir a relatoria dos textos, o que aumenta disputas entre governistas.
“Não há urgência para PEC. Não existe isso no regimento. Prazo de emenda é um direito sagrado de todos os parlamentares”, afirmou Mendonça à CNN.
Ele disse que irá manifestar esse ponto de vista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Vice-líder do governo, Rubens Jr. tem buscado apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para ser escolhido relator.
“O assunto é urgente para o país. Chegou a hora de votar. Começando pela urgência”, disse.
Os pedidos formalmente tratam dos projetos de lei e não da PEC, uma vez que o pacote fiscal está distribuído em diferentes propostas.
No entanto, há resistências quanto ao ritmo acelerado que a eventual aprovação da urgência pode provocar no pacote inteiro.
Por isso, há parlamentares que ameaçam pedir vista, o que poderia inviabilizar a aprovação da PEC ainda neste ano.