PF examina discurso de Bolsonaro e analisa novo depoimento, dizem fontes
Bolsonaro minimizou a existência de uma minuta do golpe, ao afirmar que o presidente da República poderia decretar estado de defesa ou de sítio porque estão previstos na Constituição
As declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, no domingo (25), também foram acompanhadas por investigadores da Polícia Federal (PF), que agora avaliam se Bolsonaro deve ser convocado novamente a depor por causa do que disse, segundo informações de fontes da instituição.
A possibilidade da marcação de um novo depoimento já era considerada pela PF, depois de o ex-presidente permanecer calado na semana passada.
O discurso de domingo pode acelerar essa decisão. Bolsonaro minimizou a existência de uma minuta do golpe, ao afirmar que o presidente da República poderia decretar estado de defesa ou de sítio porque estão previstos na Constituição.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Nada disso foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Porque tem uma minuta de decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Deixo claro que estado de sítio começa com presidente convocando conselho da República. Isso foi feito? Não”, disse.
Para auxiliares da investigação, Bolsonaro falou o que a PF queria ouvir no depoimento da semana passada. Em um novo depoimento, ele poderá ser perguntado se confirmou a existência de uma minuta do golpe, ao usar esses termos no discurso na Paulista.
A própria realização do ato na Paulista é analisada.
Ainda que não tenha exibido placas e faixas com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros, o protesto foi visto como provocação por integrantes da investigação.