O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e aliados próximos ficaram surpresos com a repercussão de suas falas na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara.

As frases de efeito, com tom irônico, viralizaram na internet.

O ministro chegou a dizer que há um “fantasminha fazendo a cabeça das pessoas”, ao se referir a ruídos que estariam distorcendo a percepção das pessoas sobre a economia brasileira.

Também propôs um “teste de DNA” para comprovar a paternidade do calote no país. Fora outras citações diretas a expressões e comportamentos que ficaram identificados com o governo anterior, como “terra plana” e o movimento contra a vacinação para covid-19.

Resultado: muitas reações na internet e a avaliação interna de que foi uma forma efetiva de se comunicar, dada a repercussão tanto na bolha governista, quanto bolsonarista.

Haddad, que é acostumado a outro estilo, chegou a ser comparado, por apoiadores, com o ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, que atualmente está no Supremo Tribunal Federal, e também já travou episódios de embate com parlamentares.

Haddad afirmou a interlocutores que esse desempenho acabou saindo na hora, sem preparo intencional com nenhum assessor, e que também ficou surpreso com a forma que rebateu as críticas da oposição, representada por bolsonaristas.

Apesar do impacto, considerado positivo, se avaliado apenas o barulho nas redes, o episódio não deve marcar uma mudança de estilo. Auxiliares do ministro, ouvidos pela CNN, ponderaram que o tom não combina com o de um professor universitário e Haddad não deve continuar usando.