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    Basília Rodrigues
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    Basília Rodrigues

    Apura e explica. Adora Jornalismo e Direito. Vencedora do Troféu Mulher Imprensa e prêmios Especialistas, Na Telinha e profissionais negros mais admirados

    25 de julho: Mulheres negras e suas referências

    O desafio de ultrapassar uma série de conceitos pré-definidos sobre o lugar que o negro tem na sociedade está posto; para as mulheres negras, é ainda mais complexo

    “Levante da mesa quando o amor não estiver sendo servido”. Nina, e se eu não conseguir?

    “Eles combinaram de nos matar e nós combinamos de continuar vivos”. Conceição, cansa.

    “Quando uma mulher negra se movimenta, o mundo inteiro se movimenta junto”. Angela, às vezes a gente tem que gritar tão alto que parece não ter força.

    Neste dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, 25 de julho, fica o destaque para uma luta que ninguém, nunca, poderá dizer que é fácil. Ela é travada diariamente, com grandes, pequenas ou nenhuma vitória. Mesmo assim, precisa ser travada.

    As armas dessa guerra estão também nas prateleiras das livrarias. É que a coletânea de frases e obras de mulheres negras ícones, como Nina Simone, Conceição Evaristo, Angela Davis é mais do que referência bibliográfica: ela aponta para estratégias do ser negro, ser mulher negra.

    O 25 de julho também é dia de Tereza de Benguela, a mulher negra que virou líder de quilombo e passou a ser chamada de Rainha Tereza — quantos desafios moldaram sua vida?

    Não há regra absoluta. Não há fórmula ou ponte que ligue imediatamente o problema à solução. Mas é necessário ter confiança de que pode dar certo.

    O desafio de ultrapassar uma série de conceitos pré-definidos sobre o lugar que o negro tem na sociedade está posto. Para as mulheres negras, é ainda mais complexo.

    Elas são agredidas por pseudoelogios em frases do tipo: “eu tive até uma babá negra”, “sempre preferi ser atendido por ela”, “ela é tão esforçada”.

    Ao perceber isso, quantas reações passam pela cabeça, que vão desde ficar, levantar e virar a mesa. Há muito tempo é assim, desde o fim da escravidão, 136 anos atrás.

    E talvez tenham passado apenas alguns minutos, enquanto você lê esse texto e desde a mais recente, e não última, vez em que uma mulher negra foi subjulgada.

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