Análise: Nunes e Boulos apostam em padrinhos políticos na reta final pela prefeitura de SP
Campanhas devem explorar imagens de Lula ou de Tarcísio até o dia do voto
A disputa pela prefeitura de São Paulo, em meio a um apagão, reforçou o apoio do governador Tarcísio Freitas (Republicanos) ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). A presença destacada eleva a importância do resultado sob a perspectiva do governador. Uma derrota de Nunes, seria uma derrota de Tarcísio.
Do outro lado da disputa, o eleitor acompanha a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de Guilherme Boulos (Psol). O petista deve desembarcar em São Paulo nesta sexta-feira (18) para participar de um evento de campanha do aliado. Ou seja, se Boulos perder, a derrota também será de Lula.
Na avaliação da campanha de Boulos, a queda de luz em SP tira pontos de Nunes na intenção de votos, mas tem efeito limitado. Quando a luz voltar, o problema perderá espaço. Por isso, a estratégia é ampliar o leque para questionar a gestão Nunes como um todo, somando o apagão a outras situações consideradas falhas pela campanha do deputado.
Já Nunes deve explorar ainda mais a figura de Tarcísio – considerado um dos governadores mais bem avaliados no país – para escapar das críticas.
Na Faria Lima, por exemplo, empresários atentos à política dizem que Nunes só corre risco de perder essa eleição se houver um “cataclisma”, que no dicionário significa catástrofe ambiental. Na política corresponde a um ponto de não retorno, um caos inadministrável.
A campanha de Boulos diz que há energia para virar votos até o dia das eleições. A dobradinha Tarcísio-Nunes trabalha para ser à prova de vendavais.