Análise: Dedo em riste, cadeirada, soco na cara: qual é o próximo capítulo?
Nahuel Medina, videomaker de Pablo Marçal (PRTB), deu um soco no rosto de Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), durante o debate promovido pelo Grupo Flow, na noite de segunda-feira (23)
Que os debates eleitorais pela Prefeitura de São Paulo têm atraído audiência devido à capacidade de criar confusão e não propostas efetivas, disso ninguém tem dúvida.
Agora, há também o seguinte questionamento: até onde irão o descumprimento de regras e a necessidade de produzir conteúdo explosivo? Já vimos grito, dedo na cara, cadeirada e soco na cara.
A cada debate, um novo limite de agressão é quebrado. A menos de um mês das eleições, regras básicas de convivência estão se deteriorando.
Isso corresponde a uma escalada de violência que está sendo assistida por todos: candidatos, jornalistas, seguranças e eleitores. Está na televisão, na internet, nas capas de jornal. Debate eleitoral virou confusão… e segue a derrocada.
Em menos de uma semana, fomos do repúdio total a uma cadeira transformada em arma para um soco na cara. Fomos da contagem atenta sobre o número de seguranças no palco a uma cena real de “pugilato”, expressão usada no debate em que a violência máxima ainda era uma cadeirada.
O clima de animosidade entre candidatos, em evidência na tela, influencia e, ao mesmo tempo, reproduz o incômodo entre assessores nos bastidores dos eventos.
No domingo (15), o candidato José Datena (PSDB) reagiu com uma cadeira contra Pablo Marçal (PRTB). Na segunda-feira (23), no debate do Flow, o videomaker de Marçal deu um murro na cara do marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB).
Se seguir neste ritmo, o próximo capítulo pode enterrar de vez o que ainda resta de credibilidade em debates na TV e transmissão de vídeo na internet.