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    Américo Martins
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    Américo Martins

    Especialista em jornalismo internacional e fascinado pelo mundo desde sempre, foi diretor da BBC de Londres e VP de Conteúdo da CNN; já visitou 68 países

    Análise: decisão da Corte Internacional da ONU amplia isolamento de Israel

    Ordem para suspender ofensiva contra cidade de Rafah é mais uma dura derrota para o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu

    A ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ) para que Israel suspenda sua ofensiva militar contra a cidade de Rafah, em Gaza, é uma dura derrota que amplia ainda mais o isolamento do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

    Ao justificar sua decisão, um juiz do tribunal da ONU afirmou que a ação militar representa um “risco imediato” para o povo palestino.

    Mais de um milhão de palestinos buscaram refúgio na cidade, no extremo sul da Faixa de Gaza, depois de terem sido empurrados para lá na tentativa de escapar da guerra na parte norte do território.

    A decisão da Corte vem depois de vários países, em especial os Estados Unidos, terem expressado suas preocupações com as ações militares israelenses em Rafah.

    O presidente Joe Biden já disse diversas vezes que a ofensiva na cidade não deveria ocorrer por conta dos riscos aos civis e chegou a dar um ultimato a Netanyahu.

    Além disso, Biden determinou pela primeira vez o embargo no envio de determinadas armas ofensivas a Israel – o maior aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio.

    A pressão sobre Netanyahu também aumentou muito nesta semana, depois que o procurador-chefe de outra corte internacional, o Tribunal Penal Internacional, pediu um mandado de prisão contra ele e o ministro da defesa do país, Yoav Gallant, por crimes de guerra.

    Cemitério muçulmano em Rafah / 7/4/2024 REUTERS/Mohammed Salem

    Além disso, três países europeus, Irlanda, Espanha e Noruega disseram que vão reconhecer a Palestina como um estado soberano na semana que vem.

    Para completar, Israel vem perdendo várias votações na ONU, cujo Conselho de Segurança chegou a aprovar uma resolução determinando um cessar-fogo imediato na guerra que já deixou cerca de 35 mil palestinos mortos.

    Na ocasião, os Estados Unidos deixaram de exercer o seu poder de protetores de Israel e se abstiveram na votação.

    Israel diz que uma incursão terrestre é necessária em Rafah para eliminar a presença dos últimos quatro batalhões militares do Hamas, que continuariam operando no local.

    É possível, inclusive, que o país simplesmente se recuse a atender a ordem da Corte Internacional de Justiça.

    Mas isso só deixaria Israel ainda mais isolado. E o seu primeiro-ministro passaria a correr o risco de ser considerado um pária internacional.