Produção de veículos subiu com mais componentes, diz vice-presidente da Anfavea
Setor teve alta de 8,7% na produção em agosto, com Marco Saltini relatando que nenhuma fábrica teve paradas na operação pela primeira vez em 18 meses
A alta de 8,7% na produção de veículos em agosto reflete um cenário mais positivo para o setor automotivo, com um processo de regularização do fornecimento de componentes, afirma o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) Marco Saltini.
Em entrevista à CNN neste domingo (11), Saltini relatou que não houve fábricas sem paradas na operação em agosto pela primeira vez em 18 meses, revertendo um quadro comum nos últimos meses devido à falta de componentes, em especial semicondutores.
“Sempre tínhamos algumas fábricas paradas pela falta, e trabalhamos agora com todas elas operando. Isso contribuiu para que a produção fosse bastante robusta, e as vendas vem vindo em um bom ritmo”, diz Saltini.
Ele observa que as dificuldades enfrentadas pelo setor para a venda não estão ligadas a uma baixa demanda, mas sim problemas de oferta. Conforme o mercado se recupera, a demanda é atendida, permitindo a alta nas vendas.
“O setor teve um primeiro semestre bastante difícil em função dos inconvenientes por falta de componentes, mas aos poucos isso vem se recuperando”, avalia o vice-presidente.
Outro fator que contribuiu positivamente para esse cenário, afirma, é o período de férias de verão na Europa, com fábricas paradas demandando menos componentes, abrindo margem para compras pelo Brasil. Para o resto do ano, a expectativa é que o fornecimento de componentes continue melhorando.
Além disso, Saltini afirma que o setor tem buscado “atrair investimentos para se criar aqui condições de produzir localmente semicondutores. O que a indústria tem feito é procurado alimentar essa expectativa de investimentos para que consiga superar esse momento. A pandemia provocou um desarranjo na indústria mundial de autopeças, que nos afetou brutalmente, com um reflexo sendo esse início de ano complicado”.
Para as vendas, a expectativa da Anfavea é que o patamar de agosto, próximo de 200 mil unidades, seja mantido nos próximos anos, com um resultado no fim de 2022 próximo ao do ano passado, de 2,14 milhões de unidades vendidas.