Novo Mercedes-Benz Classe E tem som de cinema a R$ 640 mil
Marca alemã lança sedã de luxo no camarim de Carlinhos Brown, durante o Carnaval baiano
A Mercedes-Benz está aproveitando os dias de Carnaval para lançar a sexta geração do sedã Classe E no Brasil. O modelo grande de luxo chega, inicialmente, em lote limitado a 15 unidades, em configuração única (E300), motorização com sistema híbrido-leve, além de sistema multimídia de nova geração e “som de cinema”, por R$ 639.900.
Talvez para driblar a oferta inicial limitada, a Mercedes decidiu iniciar o marketing do novo Classe E convidando 1.000 potenciais compradores para uma ação no Carnaval de Salvador (BA), no camarote do músico e empresário Carlinhos Brown, onde uma unidade está exposta durante os dias de folia.
Mas a relação dessa sexta geração com a música vai além disso, oferecendo pela primeira vez no país, fora da linha elétrica da Mercedes, o sistema multimídia com som espacial com a grife Dolby Atmos.
Confira abaixo mais detalhes estéticos e mecânicos do novo Classe E.
Estética executiva de luxo
Apresentado globalmente em abril de 2023, o novo Classe E (W214 na nomenclatura interna da Mercedes), chega ao Brasil na versão E 300 Exclusive, pacote que inclui grade frontal clássica (hexagonal, com três frisos horizontais), emblema da estrela de pontas se erguendo da ponta do capô e rodas multirraios de 20 polegadas.
Com perfil executivo, o sedã da Mercedes-Benz tem apenas seis opções de cores externas: branco Polar sólido; azul Náutico, prata High Tech, prata Verde (que aparece em vídeos nas redes sociais), preto Obsidian e cinza Grafite metálicas. O interior pode ser na mescla de painéis pretos e bancos de couro Napa cinza claro ou totalmente em marrom claro (caramelo).
Quanto às dimensões, o Classe E tem 4,94 metros de comprimento, 2,06 m de largura total e 1,47 m de altura. O espaço-entre-eixos é de 2,93 m. No porta-malas são 540 litros, enquanto o tanque de combustível tem 66 litros de capacidade. O peso do veículo fica pouco acima dos 1.730 kg.
Um detalhe interessante está no novo conjunto óptico, totalmente em LED: o conjunto dianteiro deixa de ser totalmente afilado e incorpora um ondulado na base das lentes. Com isso, evoca a famosa segunda geração de “olhos redondos” (W214), ainda que também referencie a polêmica reestilização da quarta geração (W212, com seus faróis duplos em losângo).
Na traseira, as lanternas tentam emular uma única peça de ponta a ponta do volume (são cinco peças, de fato), mas o destaque fica para a luz de posição no formato da estrela de três pontas.
Motor só usa gasolina 98
Única opção de motorização também para o novo Mercedes-Benz Classe E vendido para o Brasil. Trata-se do 4-cilindros em linha, 2.0 turbo, movido apenas a gasolina 98 octanas, com assistência de sistema híbrido-leve de 48 V, bem como gerenciamento do câmbio automático de nove marchas (9GTronic).
Tal mecânica entrega 261 cavalos por padrão, com 22 cv extras do alternador-gerador (sistema EQ Boost), perfazendo 283 cv máximos. O torque máximo é de 40,78 kgfm. A tração do Classe E é traseira.
Por limitação eletrônica, a máxima do sedã é de 250 km/h, com aceleração de 0-100 km/h cumprida em 6,2 s. O consumo médio prometido pela Mercedes-Benz é de 15,8 km/l, enquanto o Inmetro aponta dados mais comedidos: 8,8 km/l na cidade, 12 km/l na estrada.
Estrela flexível
Em termos de segurança, este novo Classe E traz câmeras (em arranjo de 360 graus) e radares (inclusive por detrás da grade frontal) para monitorar trânsito e pedestres e auxiliar o condutor (assistente de aceleração e frenagem, de faixa, de ponto cego, de manobras evasivas e estacionamento ativo), já comum para modelos da marca.
Incomum é a nova geração da estrela sobre o capô: o clássico adereço agora tem construção mais flexível e mecanismo dobrável, de modo a reduzir ferimentos de pedestres em caso de acidentes.
Como nos carros elétricos, as maçanetas do Classe E são escamoteáveis, ficando ocultas na carroceria quando o carro está estacionado e trancado, ou em movimento.
Além disso, o novo sedã está equipado com eixo traseiro esterçante, que se movimenta em até 4,5 graus, tanto no estacionamento (em direção oposta à do eixo dianteiro, para reduzir raio de manobra), quanto no contorno de curvas rápidas (na mesma direção das rodas da frente) de forma a melhorar a estabilidade. A suspensão é a Airmatic, a ar.
Sedã conectado e com som de cinema
Por fim, a tecnologia de cabine do novo Classe E traz o que a Mercedes tem de mais avançado ao Brasil, boa parte dela herdada (novamente) dos elétricos EQS, EQE e EQC.
Este repórter teve a chance de participar do workshop de apresentação do sistema no Brasil, no final de 2023.
Saltam aos olhos a interface com três telas: um painel horizontalizado de 12 polegadas logo atrás do volante, ladeado pela tela central com mais de 14 polegadas, responsável por todas as configurações, ajustes e opções de multimídia.
Além delas, há ainda uma terceira tela de 12 polegadas logo acima de onde fica o porta-luvas, destinada ao carona. Ela só é habilitada se o passageiro estiver sentado, do contrário exibe apenas uma papel de parede.
Se o carona estiver vendo conteúdo enquanto o carro estiver em movimento, a programação dos pixels (semelhante àquela de TVs 3D) impede que o motorista enxergue essa imagem.
Novidade mesmo é a terceira iteração do sistema MBUX e o inédito (no Brasil) Mercedes Me Connect. Este último permite que até 16 diferentes usuários personalizem luzes e ajustes do carro, inclusive com destravamento remoto, via celular ou smartwatch.
Já o novo MBUX melhora o conteúdo das telas, permite o uso de apps como TikTok e Zoom (inclusive usando as câmeras internas do carro, quando esse está parado), amplia funções de realidade aumentada e garante atualizações over-the-air (como a de celulares), uma vez que o carro conta com chip de telefonia 5G. É graças a esse sistema, também, que a central multimídia pode ser atualizada com drives da tecnologia Dolby Atmos, de som espacial.
Esse padrão de som é similar ao encontrado em salas de cinemas e home-theaters, de forma nativa, mas também em smartphones premium e videogames PS5 e Xbox Series, de forma virtualizada.
No caso do Classe E, o software comanda um robusto hardware: o sistema Burmester Surround Sound System 4D usa 17 alto-falantes e 15 amplificadores, espalhando áudio de 730 W por toda a cabine. É mais fraco, porém, que aquele do EQS (31 falantes e mais de 1.700 W)
Destaque fica por conta dos falantes logo após o para-brisa, atrás da tela central e no topo das colunas A, B e C (na altura da cabeça dos ocupantes), bem como os atuadores dentro dos bancos dianteiros.
Com esse sistema, o carro pode reproduzir conteúdo especial (por enquanto, transmitido apenas por apps da Apple e Amazon) remasterizado de modo a simular até 128 canais e exibir um “corpo” tridimensional.
Do exterior, temos a discografia de Elton John, Taylor Swift, BTS e Beyoncé, dentre outros artistas reformulada em Dolby Atmos. No Brasil, o som de Anitta, Luísa Sonza, Júnior Lima, Xande de Pilares e alguns álbuns de Gilberto Gil já atendem ao formato nas duas plataformas.
Funcionando, a impressão que se tem é a de que o áudio “circula” por diferentes posições da cabine. Em algumas faixas, a sensação é de estar sentado junto à banda que toca a música, ou no meio do bloco. Daí, talvez, a ideia de se lançar o carro durante o Carnaval.