“50 tons de cinza”: carros coloridos diminuem no mercado
Veículos em cores neutras, como cinza, prata, preto e branco, estão se tornando mais comuns nos últimos anos
O número de carros coloridos nas ruas brasileiras está diminuindo, enquanto modelos pintados em tons neutros, como cinza, prata, branco e preto, estão se tornando cada vez mais comuns, segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Sanatran).
O Brasil tinha cerca de 119 milhões de automóveis, dos quais 67% eram de cores neutras, em agosto de 2023. As favoritas eram o branco (25,4 milhões de unidades) e o preto (22,6 milhões de unidades). Nesse cenário, apenas 5% dos municípios brasileiros possuem carros coloridos como maioria.
Nos Estados Unidos, a situação é semelhante, com 80% da frota pintada em cores neutras, de acordo com o iSeeCars. A situação avança entre os americanos, já que há 20 anos, em 2004, 60,3% dos carros do país eram pintados em cores neutras.
A cor favorita dos americanos em 2023 foi o branco, correspondendo a 27,6% do total de carros vendidos. O preto veio logo depois, com 22%, seguido por cinza e prata, com 21,3% e 9,1%, respectivamente.
Em 2004, no entanto, os carros prateados eram mais populares, correspondendo a 19% da frota, o que indica uma mudança na preferência do consumidor.
Prata foi a única das cores neutras que apresentou queda nos últimos 20 anos nos EUA. Mesmo assim, os carros prateados são mais vendidos que os pintados de azul, que, no ano passado, correspondeu a 8,9% dos carros vendidos no país.
Além da preferência do consumidor, as montadoras também têm influenciam na redução da quantidade de carros coloridos no mercado, já que limitar a oferta de cores ajuda a acelerar a entrega de veículos.
Além da velocidade na confecção, outro ponto que influencia é o custo, que pode ser mais elevado para as montadoras no caso dos coloridos.
O Volkswagen Polo custa R$ 1.650 a mais quando pintado de vermelho em sua versão topo de linha, Highline. Apenas as cores preto e branco não elevam os custos dos veículos.
Assim, os carros coloridos podem se tornar uma “espécie em extinção”, segundo Karl Brauer, analista da iSeeCars. “Apesar da paleta diversificada oferecida pelas montadoras, há muito menos carros que não sejam em tons de cinza vendidos hoje. Perderam metade da sua quota de mercado nos últimos 20 anos e poderão tornar-se ainda mais raros nos próximos 20 anos”, disse.
