Família acredita que jovem morto espancado em São Conrado foi vítima de homofobia
Corpo de Otávio do Nascimento de Andrade será enterrado nesta quinta-feira (22)
Parentes e amigos do jovem encontrado com sinais de espancamento em São Conrado, na Zona Sul do Rio, afirmam que ele foi vítima de homofobia. Otávio do Nascimento de Andrade, de 21 anos, estava desaparecido desde a madrugada de segunda-feira (19).
Ele foi visto pela última vez quando saía da casa de um amigo, por volta de 1h, e ia para o ponto de ônibus, na Rua General Olímpio de Mourão Filho, de onde seguiria para casa, na comunidade da Muzema, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) atendeu o jovem e o levou para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul. Ele foi levado para a unidade com sinais de espancamento e não sobreviveu. A família de Otávio só ficou sabendo da morte nesta terça-feira (20), quando identificou que o jovem tinha sido levado para a unidade.
Desde segunda, quando Otávio não chegou em casa, amigos e parentes faziam campanha nas redes sociais para encontrá-lo. Nesta quarta-feira (21), internautas subiram a tag #justiçaporOTAVIOANDRADE.
“Meu cunhado foi vítima de um homicídio por simplesmente viver da maneira como ele gostava e se sentia bem! Queremos Justiça!!!!! Um ser do bem morreu!!!! Todos nós familiares e amigos estamos desamparados com tudo isso”, escreveu Nayara Cristina, que se identificou como cunhada de Otávio.
“Isso aqui é o tipo de notícia que não podemos deixar normalizar. Que esse crime não vire uma estatística, que o Otávio não seja apenas mais uma vítima de lgbtfobia”, disse outro internauta.
A Polícia Civil afirmou que o caso foi registrado na 14ª DP (Leblon) e encaminhado à 16ª DP (Barra da Tijuca), que dará continuidade às investigações. Diligências estão em andamento sob o comando do delegado Neilson dos Santos Nogueira.
O corpo do jovem será enterrado nesta quinta-feira (22), às 11h30, no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Região Central do Rio.