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    Um quer elevar, outro, reduzir: imposto de empresas são bandeira de Kamala e Trump nos EUA

    Democrata promete elevar taxa de 21% para 28%; enquanto isso, Trump, que cortou 14 p.p em seu mandato, promete levar imposto a 20%

    Danilo Moliternoda CNN

    Kamala Harris e Donald Trump, principais candidatos da corrida eleitoral pela Casa Branca neste ano, vêm propondo mudanças no chamado “corporate tax”, o imposto que incide sobre as empresas americanas. Enquanto a democrata quer elevá-lo, o republicano promete reduzi-lo.

    A vice-presidente reforçou nos últimos dias que pretende elevar a taxa, que hoje é de 21%, para 28%. Sua campanha defende o plano como “um caminho fiscalmente responsável para colocar o dinheiro no bolso dos trabalhadores e garantir que corporações e bilionários paguem tributos de maneira justa”.

    Já o ex-presidente vem prometendo em encontro com CEOs norte-americanos cortar o imposto para 20%. Durante seu mandato (2017-2020), o republicano derrubou a taxa de 35% para 21%. Em sua campanha para aquela eleição, uma de suas propostas era levá-la ao patamar de 15%.

    Para fim de comparação, a soma de IRPJ e CSLL — equivalentes brasileiros ao corporate tax — fica em torno de 34%.

    Pesquisas recentes mostram variáveis econômicas como os fatores mais relevantes para a escolha de candidato entre os americanos, acima de imigração, saúde e aborto. A YouGov realizada entre 11 e 13 de agosto indica a inflação como principal preocupação da maior parte dos eleitores (24%), seguido de empregos e economia (13%).

    Os impostos e os gastos do governo especificamente aparecem pouco abaixo, com 6%, todavia são fatores que impactam, em alguma medida, a percepção sobre as principais preocupações, segundo especialistas consultados pela CNN.

    João Ricardo Costa Filho, professor dos cursos de Pós-graduação Master da Fundação Getúlio Vargas (FGV), indica que a conexão existe, mas pondera, com base nos dados da pesquisa, que a atenção e engajamento dos americanos no pleito ainda é baixa para ela passe a impactar quantidade relevante de votos.

    “O eleitor vai ter muita dificuldade em fazer essa conexão: ‘como eu tenho uma vida mais barata se eu tiver mudanças nos impostos corporativos’? Fica difícil imaginar que esta questão já impacta a percepção dos eleitores. Este impacto é pequeno”, disse.

    “O impacto que você vai ter é indireto. Este tipo de política conversa com um ou outro tipo de financiador e também impacta mercados, o que tem consequência na Bolsa, no câmbio e outras variáveis macroeconômicas”, completou.

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