Premiê da Índia confirma viagem à Ucrânia semanas após ir a Moscou
Narendra Modi defende solução diplomática ao conflito entre Rússia e Ucrânia
Nesta segunda-feira (19), as autoridades indianas anunciaram que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, irá viajar para a Ucrânia. A viagem ocorrerá semanas depois de Modi ter feito a primeira visita a Moscou desde a invasão realizada pelo Kremlin ao território ucraniano.
A sua visita à Ucrânia — também a primeira desde o início da guerra — vem em um momento crucial, em que as tropas de Kiev avançam para o território russo em uma ofensiva militar que surpreendeu até mesmo os aliados mais próximos do presidente Volodymyr Zelensky.
Modi repetiu diversas vezes um pedido para o cessar-fogo na Ucrânia, sem condenar os bombardeios aéreos ou a invasão terrestre do território vizinho por parte da Rússia. A Índia também se absteve de todas as resoluções sobre a Ucrânia nas Nações Unidas.
A Índia continua muito dependente do Kremlin em relação ao equipamento militar e tem aumentado as compras de petróleo bruto russo com desconto, dando à nação do presidente russo Vladimir Putin um grande alívio financeiro enquanto Moscou enfrenta o isolamento do Ocidente.
Modi visitou Putin em julho deste ano, dando um sinal de que as duas nações permanecem próximas. Imagens e vídeo feitos durante a visita mostraram os dois líderes se abraçando, conversando durante o chá, montando em um veículo elétrico e assistindo a um show de cavalos.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky condenou a reunião que coincidiu com um ataque evidente em várias cidades ucranianas e um ataque mortal em um hospital infantil.
Zelensky ainda descreveu a visita como “uma enorme decepção e um golpe devastador para os esforços de paz ao ver o líder da maior democracia do mundo abraçar o criminoso mais sangrento do mundo em Moscou em um dia como esse”.
Modi evitou falar sobre os ataques durante sua viagem, mas disse que é improvável que as soluções para o conflito venham através da guerra, mas sim da paz e do diálogo. As observações parecem ser os comentários mais críticos de Modi até à data contra a guerra da Rússia na Ucrânia.
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