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    Lula quer acelerar sabatina do novo presidente do BC, mas diz não ter certeza sobre Galípolo

    Na entrevista, Lula também afirmou que o novo presidente do BC tem que ter “coragem” para reduzir ou aumentar a taxa básica de juros no país “quando necessário”

    Cristiane NobertoDaniel Trevorda CNN em Brasília

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (16) que quer acelerar a sabatina de novos diretores e presidente do Banco Central. De acordo com o chefe do Executivo, a ideia é que essas pessoas não “sofram desgastes de especulação política ao serem indicadas”. Os nomes precisam ter seus nomes aprovados pelo Senado Federal antes de assumirem as funções.

    “Antes de indicar eu quero conversar com o presidente do Senado, com o presidente da comissão para que as pessoas, ao serem indicadas, sejam votadas logo. Para que as pessoas não fiquem sofrendo desgaste de especulação política durante meses e meses”, disse em entrevista à Rádio Gaúcha.

    Lula ainda afirmou que não tem certeza sobre o nome do diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, para ser o novo presidente da autarquia.

    “Eu não sei se é o Galípolo. Eu sei que eu tenho o direito de indicar o presidente do Banco Central e tenho que indicar mais alguns diretores. A pessoa que eu vou indicar, primeiro ela tem que ter muito caráter, muita seriedade, muita responsabilidade. A pessoa que eu indicar não deve favor ao presidente da república, a pessoa que eu indicar é uma pessoa que vai ter compromisso com o povo brasileiro”, frisou.

    Galípolo foi indicado pelo presidente Lula ao cargo de diretor de política monetária no ano passado. Antes disso, era o número dois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Desde que o nome foi colocado, fontes do governo dizem que é o mais provável a assumir a presidência da autarquia.

    Como mostrou a CNN, o governo federal estuda encaminhar nas próximas semanas um “pacote” de nomeações para o BC que deve incluir o nome de Gabriel Galípolo para o cargo de presidente da autoridade monetária.

    O mandato de Roberto Campos Neto – que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – à frente da autarquia termina em 31 de dezembro. O banqueiro central já declarou inúmeras vezes que seria adequado ter um novo nome para fazer a transição “de forma tranquila”.

    Outros mandatos também terminam no fim do ano e Lula ainda precisa indicar os nomes para os cargos do diretor de Regulação, Otávio Ribeiro Damaso, e da diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta , Carolina de Assis Barros.

    Coragem para aumentar ou subir taxa de juros

    Na entrevista, Lula também afirmou que o novo presidente do BC tem que ter “coragem” para reduzir ou aumentar a taxa básica de juros no país “quando necessário”.

    “Na hora que tiver que reduzir a taxa de juros, ele vai ter a coragem de dizer que vai reduzir. Na hora que precisar aumentar ele vai ter que ter a mesma coragem e dizer que vai aumentar. É assim que funciona”, pontuou.

    O posicionamento do presidente bate de frente com o que ele tem defendido nos últimos meses, quando a autoridade monetária decidiu por manter a Selic em 10,5% ao ano.

    Ainda assim, na mesma entrevista, Lula disse que não há explicação para a taxa básica de juros estar neste patamar e que Campos Neto “desagradou o país”.

    “Nós vamos trocar o Banco Central. Eu trabalho com a expectativa que a taxa de juros comece a cair. Eu espero que a taxa de juros do FED, Banco Central americano, comece a cair para que a gente possa ter mais tranquilidade”, frisou.

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