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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Governistas querem Galípolo “atuante” e dão indicação como sacramentada

    Após falas do diretor do BC em evento, petistas próximos a Lula afirmam que martelo está batido na escolha do novo presidente do banco

    As recentes declarações de Gabriel Galípolo alimentaram no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ideia de que o diretor de Política Monetária do Banco Central deveria aumentar sua exposição pública e se mostrar mais “atuante”. A avaliação feita ao blog por petistas próximos do presidente é que o martelo na escolha do novo presidente do Banco Central está batido.

    O endosso a Galípolo ocorre após o economista ter reiterado que a alta dos juros “está na mesa” do BC, durante um evento voltado ao mercado financeiro, realizado ontem, em São Paulo. Apesar de toda a campanha do PT e do governo pela queda dos juros, a tese é que o economista fez o mais importante neste momento: aumentou sua credibilidade junto ao mercado.

    Favorito para assumir o comando do BC após a saída de Roberto Campos Neto, Galípolo fez acenos em favor da austeridade fiscal e em defesa de uma atuação colegiada dos integrantes da autoridade monetária. Ele chegou a ser saudado como futuro presidente do Banco Central, mas fez questão de corrigir: “O presidente do Banco Central é Roberto Campos e ele está exercendo na sua plenitude a presidência do BC, de maneira ultragenerosa com todos os diretores”.

    Galípolo também fez uso de metáforas futebolísticas para defender o entrosamento e o consenso entre os diretores da instituição. “Olhar para um lado e tocar para o outro é uma jogada genial para o Ronaldinho Gaúcho. Maravilhosa. Agora, para o diretor de Política Monetária fazer isso ou qualquer qualquer outro diretor, ele vai marcar gol contra”, afirmou o economista, que discorreu também sobre seu empenho em ganhar credibilidade, já que está há menos tempo diretoria do Banco Central do que alguns de seus colegas.

    As falas repercutiram positivamente no mercado e contribuíram para que o dólar fechasse ontem abaixo de R$ 5,50. Ao blog, um aliado de primeira hora de Lula descreveu Galípolo como “habilidoso” e disse que ele agiu como um “estrategista”. Para um outro petista, as falas não significam que os juros vão de fato subir numa eventual gestão de Galípolo à frente do BC. Apenas indicam que não haverá atropelo da agenda fiscal.

    A reação às declarações de Galípolo ocorrem no momento em que o governo avalia a possibilidade de antecipar o anúncio do nome que comandará o Banco Central. Alguns conselheiros do presidente têm dito que a escolha poderia ser formalizada até setembro. Que seria uma forma de “esvaziar” o fim da gestão de Campos Neto.

    Mas parte do time de Lula diverge da ideia, sob o argumento de que isso deixaria Galípolo desnecessariamente exposto aos ataques de adversários do governo. Questionado se são grandes as chances de o anúncio ser de fato antecipado, um aliado próximo de Lula disse ao blog que tudo vai depender do próprio Campos Neto. Se o embate entre o governo e o presidente do Banco Central voltar a se acirrar, essa alternativa tende a ganhar força.

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