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    Funcionários de hospital do Rio são afastados após denúncia de soco em paciente

    As investigações acerca do ocorrido seguem em andamento pelos agentes da 16ª DP, na Barra da Tijuca

    Julia FariasYasmin Oliveirada CNN*

    A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro afastou temporariamente dois funcionários do Hospital Municipal Lourenço Jorge, localizado na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, em meio às investigações que a Polícia Civil realiza para apurar se o jovem Richard Ferreira da Cruz morreu em decorrência de supostas agressões praticadas por um médico da unidade.

    A família de Richard relata que o jovem morreu após uma briga com um médico da unidade. A mãe do menino, Alessandra Ferreira da Silva, contou à CNN que o filho deu entrada no Hospital Lourenço Jorge para cuidar de um ferimento causado no pescoço.

    Segundo Alessandra, ela recebeu uma ligação da unidade informando que o filho estava muito agitado, já que Richard tinha problemas psiquiátricos. A mulher foi então até o hospital e conversou com o filho.

    O menino pediu para que a mãe o tirasse daquele lugar, pois os funcionários estariam o maltratando.

    “Mãe, me tira daqui, porque eles estão me maltratando. Ninguém está me dando ideia, ninguém está me dando confiança. Me tira daqui agora”, descreveu Alessandra à CNN.

    A mulher contou que neste momento o filho tirou o soro que tomava na veia e logo se levantou, mas não aguentou ficar em pé, já que Richard tinha perdido uma grande quantidade de sangue causado pelo ferimento no pescoço.

    Alessandra diz que conseguiu colocar o filho novamente na maca e estabilizá-lo, mas que o menino ficou reclamando e falando alto com uma das enfermeiras, fazendo com que ela pedisse calma a profissional e ao médico que também estava na sala.

    A mulher revela que o médico não a ouviu e foi em direção ao jovem com agressividade. “Quem manda aqui sou eu, você tá escutando?”, segundo a mãe essa foi a frase proferida pelo médico, que gritava com Richard.

    A mãe explica que mediante a situação o jovem se sentiu ameaçado e levantou-se em direção ao médico e tocou no profissional, de acordo com ela “dando um empurrão” nele.

    “Ele (o médico) começou a chamar o Richard para briga dando chutes, pontapé e chamando ele pro soco. Em momento algum ele conteve o Richard, em momento algum ninguém conteve o Richard”, diz Alessandra.

    Em seguida, a mulher narrou que o filho caiu em seu colo desfalecido e com muito sangue.“O Richard caiu no meu colo desfalecido com sangue jorrando e eu gritava, gritava e gritava para que os médicos fossem salvá-los. Demoraram pra pegar ele, depois contiveram o médico. Eu já tinha visto que o meu filho já tinha falecido.”

    Em nota, a SMS informou que os dois profissionais envolvidos no episódio foram afastados para “estarem disponíveis para esclarecimentos à Polícia e receberem suporte ocupacional.”

    O secretário de saúde da capital fluminense, Daniel Soranz, disse que a denúncia é muito grave e “precisa ser apurada com todo rigor e com total isenção pela secretaria e pela Polícia Civil”.

    Segundo Soranz, o relato dos profissionais do hospital indicam que “o paciente chegou com ferimento no pescoço, provável facada, mas não consegue precisar, um sangramento muito intenso, o paciente se encontrava muito agitado pelo relato da equipe, muito agressivo. Em um momento a enfermeira pediu ajuda do médico para realizar uma medicação e o paciente atacou o profissional de saúde que tentou conter o paciente para evitar que ele continuasse se ferindo ou pudesse ferir outras pessoas”.

    O caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca) e encaminhado à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). As investigações acerca do ocorrido seguem em andamento.

    O sepultamento de Richard Ferreira da Cruz aconteceu na manhã desta sexta-feira (13) no cemitério da Penitência, localizado no bairro do Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro.

    *Sob supervisão de Bruno Laforé

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