O sorteio de quem faria perguntas para quem acabou tornando morno um debate que prometia duros embates entre os candidatos, dado o contexto pós-enchentes em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Na maior parte do tempo, as candidatas mulheres, consideradas mais progressistas, “trocaram figurinhas” entre si, do mesmo modo que os candidatos homens, mais à direita, também jogaram juntos.

O sorteio foi feito antes de o debate da Band ir ao ar — os resultados foram anunciados ao espectador no início da transmissão. Ou seja, os candidatos não puderam escolher a quem iriam direcionar suas questões.

Ligeiramente à frente de Sebastião Melo (MDB) nas pesquisas, Maria do Rosário (PT) até apresentou propostas para a saúde, a educação e a segurança pública, mas focou em cobrar o atual prefeito pela negligência no combate às cheias.

Melo se concentrou em fazer propaganda das suas ações como prefeito, em um apelo por continuidade, e atribuiu ao governo federal — alinhado à opositora — a responsabilidade pelas consequências da catástrofe ambiental na capital gaúcha.

Faltou, porém, um confronto mais direto. O único momento em que dividiram a tela foi no segundo bloco, em que as perguntas eram feitas por jornalistas. Um respondeu e o outro comentou, mas não se questionaram mutuamente.

A candidata do PDT, Juliana Brizola, quis se consolidar como uma “terceira via” à polarização, destacando, em suas manifestações, a promessa por um diálogo suprapartidário para resolver os problemas da cidade.

Felipe Camozzato (Novo) acelerou seus discursos prontos para fazer caber no tempo que tinha, garantindo frases de efeito ideológicas como: “Uma boa política de segurança é que o PT não volte”. A proposta detalhada, porém, não veio.

Entre os candidatos, a avaliação geral foi a de que o formato do debate abriu espaço para abordar — ainda que sem aprofundar — assuntos variados, das filas dos hospitais ao transporte público, em uma troca de ideias que não descambou para a baixaria.

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