Análise: Tom “avacalhado” deu palco a Boulos e Nunes no 1º debate na TV em SP
Candidatos cumpriram script tradicional e se uniram em ataques voltados principalmente ao prefeito, mas candidato do PSOL também foi alvo de ataques
Palavrões, xingamentos, bateção de boca e acusações. Esse foi o tom que guiou boa parte do primeiro confronto na TV entre candidatos na maior cidade do País.
Em meio a um emaranhado de grosserias, muitas vezes puxadas pelo empresário Pablo Marçal (PRTB), o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL) aproveitaram os apartes ao tiroteio para encaixar algumas de suas ideias para a cidade.
Era um script esperado. Todas as principais campanhas trabalhavam com a ideia de que o atual prefeito seria alvo do tiroteio.
Mas Boulos também se viu em meio a um fogo cruzado. O apresentador José Luiz Datena (PSDB) reforçou os ataques destemperados de Marçal, porém, em tom mais ameno. Sempre intercalando a performance televisiva e as alfinetadas aos adversários.
O alvo preferencial, também nesse caso, era o prefeito. Mas houve espaço para críticas contra o candidato do PSOL.
Ao fim de mais de duas horas de debate, Nunes e Boulos conseguiram exaltar sugestões para áreas como segurança pública, mobilidade urbana, educação e saúde.
Todas essas áreas tidas como essenciais no projeto político de ambos — apesar de a maior parte do tempo ter sido gasta rebatendo as críticas.
No caso de Nunes, os ataques sugiram em temas que variam desde a realização de obras emergenciais sem licitação até um suposto vínculo de sua gestão com o crime organizado.
Um dos assuntos mais espinhosos para o prefeito de São Paulo veio pela deputada Tabata Amaral (PSB), a quem coube puxar a polêmica a respeito do boletim de ocorrência aberto contra Nunes pela esposa dele anos atrás. Na plateia, a mulher de Nunes reagiu à pergunta e gritou: “Deixa minha família em paz”.
Tabata vinha tentando puxar o debate para um discurso propositivo, mas acabou cedendo ao clima pesado do confronto.
No caso de Boulos, muitas das críticas vieram de fora do Brasil. Assuntos como Venezuela, Nicarágua e conflito entre Israel e Hamas serviram de vidraça para o deputado. O debate internacional já era assunto esperado pela campanha do PSOL, que orientou Boulos a ser conciso e a não se alongar nesses temas.
Ao fim do confronto na TV Band, o que se viu foi muita briga, alguns direitos de resposta e pouca discussão sobre a cidade.
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