Em meio à escalada de tensão na Venezuela após a controversa eleição de Nicolás Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não trocou mensagens diretas nem conversou com o presidente venezuelano, com quem mantém uma relação diplomática e cordial, mas distante, segundo fontes do Palácio do Planalto.

Pessoas próximas e aliados do presidente brasileiro lembram que Lula mantinha com o Hugo Chávez, antecessor de Maduro, uma relação de amizade “pessoal” e lealdade que é muito diferente da estabelecida com o atual chefe do executivo vizinho.

Lula seguiu defendendo o regime de Caracas mesmo após a morte de Chávez em 2013, mas com mais reservas e distanciamento.

“As ideias do Chávez vão perdurar por muitos séculos. Porque a América do Sul vive um momento excepcional, e o Chávez tem muito a ver com isso”, disse o presidente após a morte do amigo.

A posição crítica da diplomacia brasileira em relação ao regime de Maduro não encontra paralelo nos três governos de Lula e nos dois de Dilma. Para aliados do presidente, isso é sinal que a paciência com os arroubos de Maduro está se esgotando.

Prova disso, é que Lula acatou o conselho de não falar mais de improviso sobre o tema.