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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Brasil quer acordo com Maduro e González para apuração imparcial

    Itamaraty negocia, junto com Colômbia e México, conversa com presidente e opositor

    O Brasil quer propor ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e ao oposicionista Edmundo González um acordo para que ambos aceitem uma verificação imparcial sobre o resultado das eleições, realizadas no dia 28 de Julho.

    A proposta deverá ser tema principal de conversas que o Itamaraty negocia entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com Maduro e com González. Os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, devem participar dos telefonemas.

    Na lógica proposta pelo Brasil, a ideia não é simplesmente deixar a palavra final com o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) — visto com baixa credibilidade pela comunidade internacional. A premissa, segundo o governo brasileiro, é que seja uma verificação reconhecida pelos dois lados — tanto pelo governo quanto pela oposição.

    Segundo a CNN apurou, as conferências com Maduro e González devem ocorrer separadamente. A avaliação de diplomatas a par das negociações é que não há, neste momento, espaço para uma reunião conjunta.

    Ainda de acordo com relatos de integrantes do governo Lula, a condição para o telefonema é que Maduro e González aceitem as conversas.

    Outro pedido a ser feito a Maduro e a González é que ambos evitem a escalada da radicalização e optem pela construção de uma solução política e pacífica.

    O governo brasileiro, por meio de interlocutores do regime Maduro e da oposição, já enviaram recados pedindo para evitar a escalada da tensão no país.

    A preocupação aumentou após o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, abrir uma investigação contra González e María Corina Machado. O procedimento foi aberto após o candidato da oposição divulgar um comunicado assinando como “presidente eleito” e convocando as Forças Armadas para ficar “ao lado do povo”.

    A prisão dos opositores neste momento significaria a consolidação da “linha-dura” do regime Maduro no processo e agravamento da crise.

    Na semana passada, Nicolás Maduro, por meio da embaixada da Venezuela no Brasil, pediu para falar diretamente com o presidente Lula.

    Embora inicialmente o Palácio do Planalto tenha sinalizado não haver entraves para a ligação, assessores concluíram que diante do agravamento da crise no país vizinho o mais adequado era uma conversa em conjunto com Colômbia e México.

    Os três países tem visões semelhantes sobre o processo eleitoral na Venezuela. Na semana passada, os governos do Brasil, da Colômbia e do México divulgaram um comunicado pedindo que a Venezuela divulgue os dados desagregados da eleição após “controvérsias”.

    A nota foi divulgada após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter conversado, pouco antes, com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador, a respeito do pleito que ocorreu no último domingo (28).

    “Acompanhamos com muita atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação”, diz o comunicado.

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