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    Polícia deflagra operação contra esquema de R$ 8 bilhões que envolvia financiadores do PCC

    Organização usava empresa para lavar dinheiro do tráfico e financiar candidaturas em SP

    Saulo TiossiBeto Souzada CNN São Paulo

    A Polícia Civil de São Paulo foi acionada para cumprir 20 mandados de prisão e 60 mandados de busca e apreensão contra pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital, nesta terça-feira (6), em várias cidades do estado de São Paulo.

    A ação foi expedida pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Direitos da Capital, com apoio da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Mogi (DISE). Além dos mandados, a Justiça efetuou o bloqueio de mais de R$ 8 bi em valores dos investigados. Os policiais também encontraram indicativos que envolvem o uso de empresas para lavagem de dinheiro, além da compra de apoio a candidatos, nas próximas eleições municipais na Grande São Paulo.

    Segundo informações da polícia, a megaoperação partiu da prisão de uma mulher suspeita de ser responsável por chefiar e guardar cerca de 30 quilos de entorpecentes da organização criminosa, no município de Itaquaquecetuba/SP. Descobriu-se que ela é esposa de um integrante da cúpula do PCC, além de ser responsável por fazer a comunicação entre os integrantes da facção, trazendo informações de dentro dos presídios para e aqueles que estão nas ruas.

    De acordo com as investigações, outras pessoas são investigadas por integrar uma complexa rede de informações que sustentam a comunicação entre os integrantes da organização. Vários canais são usados no esquema, que envolve reenviar cartas de um presídio para o outro, além de mensagens por WhatsApp. As investigações mostraram que advogados também faziam o meio de comunicação entre os integrantes da organização.

    Esquema de lavagem de dinheiro e cooptação de agentes públicos

    O esquema articulado pelo PCC envolvia o branqueamento de valores, com objetivo de transformar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas, em recursos legais. O delegado Fabricio Intelizano contou à CNN que a organização utilizava uma corretora de criptomoeda e banco virtual para operar. A empresa fez movimentações financeiras de cerca de R$ 500 milhões, durante as investigações, sendo apreendidos cheques de R$ 55 milhões, na sede da empresa em São Paulo.

    Essa empresa estava no nome de uma jovem de 23 anos, filha de uma candidata a vereadora em Mogi das Cruzes. A lavagem de dinheiro tinha também como objetivo financiar agentes do crime organizado nas eleições municipais desse ano, lançando candidatos em diversos municípios. Outro candidato a vereador em Santo André também seria lançado em nome da facção.

    Uma servidora comissionada da prefeitura de São Bernardo do Campo também é investigada por envolvimento com um membro do alto escalão do Primeiro Comando da Capital.

    Prisões, apreensões e foragidos

    A polícia cumpre medidas cautelares nos municípios de São Paulo (Capital), Mogi das Cruzes, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Ubatuba, S. José dos Campos, Sorocaba e Campinas.

    Até o momento, 13 pessoas foram presas. Além disso, 20 celulares, sete veículos, três armas de fogo, R$ 25 mil e US$ 4,6 mil, bem como diversos relógios de luxo foram apreendidos na ação. Em dinheiro, foram apreendidos aproximadamente R$ 25.000,00, além de US$ 4.600,00.

    Dentre os alvos não encontrados e considerados foragidos estão Patric Ueliton Salomão, conhecido como Forjado ou Xuxu, indicado como uma das principais lideranças do PCC. Ele é apontado como mentor de atentados contra o senador Sergio Moro e o Promotor de Justiça Lincoln Gakiya. Outro foragido é Décio Gouveia Luis, conhecido como Décio Português, indicado como sucessor de Marcola, líder do PCC.

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