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    Ao menos 91 morrem em confrontos em protestos em Bangladesh; toque de recolher é imposto

    Polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar milhares de manifestantes que pediam a renúncia da primeira-ministra, Sheikh Hasina

    Ruma Paulda Reuters

    Pelo menos 91 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas em confrontos em Bangladesh neste domingo (4). A polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar dezenas de milhares de manifestantes que pediam a renúncia da primeira-ministra, Sheikh Hasina.

    O governo declarou um toque de recolher por tempo indeterminado em todo o país a partir das 18h, no horário local, deste domingo (4). Essa foi a primeira vez que a administração tomou a medida durante os protestos que começaram no mês passado.

    O governo também anunciou um feriado geral de três dias a partir de segunda-feira (5).

    A agitação, que fez com que o governo fechasse os serviços de Internet, é o maior teste para a primeira-ministra desde janeiro, quando protestos eclodiram depois que ela conquistou seu quarto mandato consecutivo em eleições boicotadas pelo Partido Nacionalista de Bangladesh, principal partido de oposição.

    Os críticos de Hasina, juntamente com grupos de direitos humanos, acusaram seu governo de usar força excessiva para reprimir o movimento, uma acusação que ela e seus ministros negam.

    Os manifestantes bloquearam as principais rodovias neste domingo (4), quando os estudantes lançaram um programa de não cooperação para pressionar pela renúncia do governo, e a violência se espalhou por todo o país.

    “Aqueles que estão protestando nas ruas neste momento não são estudantes, mas terroristas que querem desestabilizar a nação”, disse Hasina após uma reunião do painel de segurança nacional, da qual participaram os chefes do Exército, da Marinha, da Força Aérea, da polícia e de outras agências.

    “Faço um apelo aos nossos compatriotas para que reprimam esses terroristas com mão de ferro.”, ela acrescentou.

    Delegacias de polícia e escritórios do partido governista foram alvos da violência que abalou o país de 170 milhões de habitantes.

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