Lindo ou caótico? Ex-Casamento às Cegas Brasil conta bastidores de reality
Rodrigo Knoeller, que participou da 4ª temporada do programa da Netflix, revelou o que acontece por trás das câmeras e deu conselhos a futuros participantes
Há pouco mais de um mês, os dois últimos episódios de “Casamento às Cegas Brasil: Uma Nova Chance”, chegavam ao catálogo da Netflix, consagrando a 4ª temporada como uma das mais comentadas entre o público.
Além das nuances que cercam os participantes e das polêmicas protagonizadas ao longo das edições, nas redes sociais, o reality show também costuma gerar dúvidas, críticas e longos debates. Afinal, qual o saldo de participar de um experimento em que, como o próprio nome sugere, pretende fazer com que os participantes criem laços a partir de conversas às cegas?
Com exclusividade à CNN, Rodrigo Knoeller, 40, músico, gerente de marketing e ex-participante da edição, conta que a dinâmica tem início bem antes das câmeras serem ligadas e compartilhadas no streaming. O confinamento, segundo ele, é uma das partes mais difíceis do processo.
“Fiquei uma semana fechado em um quarto de hotel. Sem relógio, sem computador, só com os meus livros e um caderno para escrever. A gente só podia abrir a porta para pegar comida e é ali que tudo começa. A gente fica sedento por uma conexão. Eu queria ver gente”, relembra.
Como entrar em Casamento às Cegas Brasil?
Mantendo uma dinâmica similar a de outros programas do segmento, é possível integrar o elenco por dois caminhos: enviando a inscrição por e-mail ou ter a sorte de ser notado por um dos olheiros espalhados em redes sociais como Instagram, TikTok e até alguns aplicativos de relacionamento.
“Eu realmente me inscrevi”, garante ele. “E é uma etapa bem criteriosa, desde quando fiz a minha inscrição, até estar efetivamente dentro, levou mais ou menos de três a quatro meses”.
As fases seguintes ainda contam com preenchimento de formulários, fotos, entrevistas com psicólogos, produtores e direção do programa. “Nada é tão simples quanto parece. As pessoas falam ‘poxa, como esse casting foi escolhido?’, mas não é bem assim. Tudo é feito com muito profissionalismo”, reforça.
Casamento ou visibilidade na mídia?
Outro diferencial da temporada se deu justamente pelo histórico amoroso dos participantes. Desta vez, conforme anunciou a produção, todos compartilhavam algo em comum: sendo divorciados, separados ou vindos de um noivado que não vingou.
Veja: Elenco da 4ª temporada de Casamento Às Cegas Brasil se reúne em bar
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“Quando decidi tentar, eu havia finalizado um relacionamento e estava bem machucado. Estava assistindo à terceira temporada, vi uma foto da minha ex namorando e resolvi me inscrever. Esqueci completamente e depois de umas duas semanas, a produção entrou em contato”.
“No começo pensei em não participar, mas como estava em uma fase de gravação do meu disco, pensei: ‘caso eu não case, ao menos vai 100 pessoas a mais para ouvir meu disco'”, se diverte.
Brincadeiras à parte, Knoeller buscava, de fato, gostar de alguém novamente. “Eu estava solteiro, mas não estava conseguindo me relacionar e nem me apaixonar por ninguém. Tinha em mente que participar do programa poderia me fazer sair um pouco da casinha, olhar para novas conexões.”
Por trás das câmeras
Com o programa no ar, os telespectadores também se surpreenderam com a formação de um novo casal. Em breves trechos, o streaming mostrou os participantes Muriel de Aquino e Gabriel Kaled que, apesar de terem passado por todas as etapas da dinâmica, não estiveram ao lado do elenco principal, que seguiu para a lua de mel e, posteriormente, para o altar.
Embora o assunto tenha dividido as opiniões na web, Rodrigo esclarece que, desde a inscrição, todos estão cientes de que isso pode acontecer. “Eles explicam tudo. Todo mundo sabia que, mesmo formando casal, teria a chance de não entrar no quadro. Foram formados dez casais, mas, por questões logísticas e financeiras, não dá para seguir com todos”.
Quanto aos critérios para a escolha, o músico tem alguns palpites. “Acho que eles apostam em casais que tenham grandes diferenças, tanto sociais, quanto emocionais e étnicas, por exemplo. Também acredito ser interessante ter aqueles com possibilidade de gerar caos, conflito, polêmica, porque isso vende. E, claro, ter casais que representem também o propósito do programa, com conexões fortes. Acho que é um misto do que é lindo, caótico e estranho às vistas do povo”.
Conversas e vínculos reais: amor às cegas dá casamento?
Assim como é mostrado ao público, Rodrigo garante que as conversas são reais. “No primeiro dia, conversei com todas as meninas por dez minutos cada. No final do dia, montei um ranking da top 1 — que gostei mais — para a top 16 — que gostei menos. Essa é a dinâmica, todo mundo faz isso. A produção pega os rankings e cruza os dados. Esse ranking muda a cada dia e é ele que define com quem você vai conversar ou não”, explica. “Se a produção faz algo para facilitar essa história? Pode ser, mas não tem como afirmar”, acrescenta.
“Mas sim, amor às cegas existe. Nas cabines, não é uma paixão ainda, o que eu acho que acontece é uma identificação muito forte. Eu não vejo, eu não sinto, mas tenho informações que a pessoa traz e, com isso, eu identifico os valores, o modo de ser e de enxergar a vida. A partir daí, a paixão começa a ser construída e vira amor”.
Conselhos para futuros participantes e vida após experimento
Namorando há seis meses, Rodrigo, que não seguiu no experimento após a etapa das conversas, conta que ainda mantém amizade com todos os participantes. “Temos um grupo no WhatsApp, é uma galera bem unida mesmo. Tem algumas pessoas que não se dão tão bem com outras, mas eu me relaciono bem com todos”, garante.
“Um conselho para quem deseja participar? Evitem entrar em triângulos amorosos”, brinca, em referência às interações que teve com Vanessa Kurashiki que, antes de engatar o romance com Leonardo Plácido, também conversou com Rodrigo.
“Brincadeira, mas acho que eu diria para se jogar, ser verdadeiro. Acho que foi o ponto que fez com que eu fosse ‘aceito’ e ‘bem’ comprado aqui fora. Acho legal não ter amarras, não se importar tanto com o que vão pensar e como o público está reagindo. Acho que ser você é uma qualidade e a produção percebe muito isso”, sugere.
“E, claro, se você tem algo aqui fora, que pode ser um empecilho, é bom avaliar antes, porque vão caçar. A internet procura e acha. Vá com a certeza de que está tudo bem”.
O saldo, para ele, foi positivo — especialmente no âmbito emocional. “O autoconhecimento é muito rico e a forma como nos enxergamos muda. A gente entra em conflito com alguns fantasmas, crenças, traumas e acaba se conhecendo mais. Eu não viralizei, mas aumentei minha base de contatos, as pessoas puderam me conhecer de verdade e isso é importante”, finaliza.
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