Ataque israelense mata pelo menos 15 em escola em Gaza, diz Hamas
Militares israelenses disseram que a escola estava sendo usada como centro de comando do grupo armado; Hamas negou as acusações
Um ataque aéreo israelense contra uma escola que abrigava pessoas deslocadas em Gaza matou pelo menos 15 palestinos neste sábado (3), horas depois de dois ataques na Cisjordânia terem matado nove militantes, incluindo um comandante local do Hamas, disse o grupo armado.
Os militares israelenses disseram que a escola estava sendo usada como centro de comando do Hamas, para esconder militantes e fabricar armas. O Hamas negou as acusações israelenses de que opera a partir de instalações civis, como escolas e hospitais.
No início deste sábado (3), ataques israelenses no enclave mataram seis pessoas em uma casa na área sul de Rafah e outras duas na cidade de Gaza, disseram autoridades de saúde de Gaza.
Os militares israelenses disseram que suas forças atacaram militantes e destruíram a infraestrutura do Hamas em Rafah e em outras partes do enclave.
Pelo menos 39.550 palestinos foram mortos na campanha militar israelense em Gaza, segundo autoridades de saúde de Gaza. A ofensiva foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro, no qual 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas, segundo cálculos israelenses.
Uma delegação israelense de alto nível fez uma breve visita ao Cairo neste sábado (3), na tentativa de retomar as negociações de cessar-fogo em Gaza, disseram fontes da autoridade aeroportuária egípcia. A delegação retornou a Israel horas depois, informou a mídia israelense.
As chances de um avanço parecem baixas, uma vez que a tensão regional aumentou após o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, na quarta-feira (31), um dia depois de um ataque israelense em Beirute ter matado Fuad Shukr, um alto comandante militar do Hezbollah, que, como o Hamas, é apoiado pelo Irã.
A morte de Haniyeh foi uma de uma série de assassinatos de figuras importantes do Hamas, à medida que a guerra em Gaza se aproxima do seu 11º mês, e alimentou a preocupação de que o conflito em Gaza estivesse se transformando em uma guerra mais ampla no Oriente Médio.
O Hamas e o Irã acusaram Israel de ser o responsável pelo assassinato de Haniyeh e comprometeram-se a retaliar. Israel não reivindicou nem negou a responsabilidade pela morte.
Comunidade internacional sobre escalada do conflito
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou separadamente com o ministro das Relações Exteriores francês, Stephane Sejourne, e o secretário das Relações Exteriores britânico, David Lammy, neste sábado (3) sobre a necessidade de chegar a um acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza e evitar que o conflito se espalhe, disse o Departamento de Estado americano.
O Ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, enfatizou em um telefonema com o Ministro das Relações Exteriores interino do Irã, Ali Bagheri Kani, que os desenvolvimentos recentes na região foram “sem precedentes, muito perigosos” e ameaçadores à estabilidade, disse o governo do Egito.
A Itália pediu ao Irã neste sábado (3) a mostrar moderação.
“A Itália faz um apelo ao Irã, apelando-lhe à contenção e à contribuição para uma fase de de-escalação em toda a região do Mediterrâneo e no Oriente Médio”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros, acrescentando que a mensagem foi entregue ao embaixador iraniano em Roma.