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    Larissa Rodrigues
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    Larissa Rodrigues

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    Análise: a importância do tempo para as vitórias (na vida, no esporte e na família) de Caio Bonfim

    Atleta brasileiro persistiu, amadureceu e demonstrou, assim como Jade Barbosa, que o tempo pode ser um aliado e não um inimigo

    Hoje, aquela repórter e apresentadora que cobriu esporte, Copa do Mundo e Olimpíada, resolveu reaparecer e dar uma folga para a analista de política.

    Hoje não vamos falar apenas de esporte – até porque esporte nunca é “só” esporte. No Brasil, então, haja força de vontade e resiliência para nossos atletas chegarem ao topo.

    Hoje vamos reverenciar o tempo e o quanto ele foi determinante para a medalha de prata conquistada pelo brasiliense Caio Bonfim na última quinta-feira (1º).

    Conheci Caio e sua família ainda em 2015. À época, ele se preparava para a Olimpíada do Brasil, realizada em 2016.

    Durante uma conversa longa que tivemos naquele ano, ele me contou seu problema nas pernas quando nasceu, as dificuldades de apoio para um esporte ainda desconhecido no nosso país e, em especial, o quanto acreditava e sonhava em ser grande.

    Desde então, tenho acompanhado com muita admiração não só a carreira, mas, especialmente, a vida desse atleta incrível. Caio Bonfim sempre extrapolou as qualidades na pista – agora conhecidas por todo o mundo – ao compreender que o tempo seria seu melhor aliado.

    E isso significa não apenas o tempo gasto nos 20 km da marcha atlética – que sempre é cobrado a diminuir. Mas, principalmente, na compreensão de que não basta brigar contra o relógio e sim esperar que ele determine o momento certo.

    Foi o tempo que deixou cada vez mais claro para o Caio que o talento de sua mãe – ex-marchadora Giannete Bonfim – não estariam com ele apenas na genética, como também, nos conhecimentos que a também técnica repassa a ele na beira da pista.

    Esse mesmo amadurecimento permitiu ao atleta olímpico acreditar nos treinos repassados pelo seu pai e professor, João Sena. O treinamento foi a longo prazo, e, agora, nesta quarta olimpíada disputada por Caio, fizeram a diferença na disputa que terminou com a conquista da prata.

    Para quem conheceu o Caio Bonfim agora em 2024 é importante ressaltar que o Caio de 2015 já acreditava, ainda aos 25 anos, que uma hora seu momento chegaria.

    Aquele mesmo Caio sabia também que um dia estaria no pódio, porque ainda criança nem as pernas tortas foram capazes de impedi-lo de sonhar com uma carreira vitoriosa no esporte.

    Não quero aqui do Brasil, de camarote, romantizar as dificuldades enfrentadas por Caio Bonfim e por tantos outros atletas brasileiros – como a ginástica Jade Barbosa, que, aos 33 anos, também foi medalhista depois de diversas Olimpíadas e muita luta.

    Pelo contrário, a intenção é destacar como o tempo, o talento e uma boa dose de investimento podem fazer a diferença. Que não seguimos órfãos do futebol masculino, por exemplo. Mas que entendamos que, como tudo na vida, o reconhecimento no esporte também leva tempo.

    Que, para cada medalha perdida, entendamos a luta por trás das agora conquistadas.

    Se hoje somos um dos melhores países na ginástica artística, é porque há 20 anos teve quem desbravou esse caminho. Se hoje Caio Bonfim é medalha de prata, é porque sua mãe e seu pai também acreditaram no esporte lá atrás.

    Para tudo há um prazo, o relógio é quem determina. Que saibamos esperar o tempo certo, mas, sem nunca aceitar menos do que é nosso por merecimento.

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