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    Tainá Falcão
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    Tainá Falcão

    Jornalista, poetisa, mulher nordestina, radicada em Brasília com passagem por SP. Curiosa. Bicho de TV. Informa sobre os bastidores do poder

    Brasil é peça-chave para imbróglio na Venezuela

    Sem romper pontes, Itamaraty soma forças em busca de processo transparente

    Desde domingo (28), o noticiário nacional está tomado por informações sobre o resultado controverso das eleições na Venezuela.

    Entre os atores que mais protagonizam esse imbróglio está o Brasil. Sob a cautela costumeira da diplomacia, deposita-se no Brasil a esperança de que a boa e criticada relação com o regime de Nicolás Maduro seja capaz de render ao mundo uma saída para se cumprir o que ficou prometido: uma normalização da política venezuelana.

    Não se espera que sejamos os únicos a apresentar uma alternativa, que depende da posição de atores de peso, a exemplo da China e da Rússia, mas de reconhecer o potencial que o Brasil tem de mediar conflitos sem romper pontes.

    Papel compreendido, por exemplo, pela Argentina, que pediu ao Brasil para representá-la diplomaticamente após a expulsão de seu embaixador por Maduro.

    Mesmo diante de dificuldades internas, quando o PT rejeita a realidade e parabeniza a Venezuela por um processo eleitoral pacífico, ou quando Lula desconhece a gravidade do processo no país amigo, o Itamaraty finalizará a semana com saldo positivo.

    Nesta quinta-feira (1º), o governo divulgou uma nota conjunta com Colômbia e México com mais uma cobrança sobre a transparência nas urnas venezuelanas. A nota pede, inclusive, algo que muito nos serve: zelo de atores políticos e sociais ao se manifestar publicamente sobre o assunto, para evitar a escalada da violência no país, que já registra mortes e sequestro de opositores.

    O próximo passo será mais desafiador, no entanto, e obriga o Brasil a pensar adiante. Segundo uma fonte no Palácio do Planalto, é imprevisível o que Maduro fará sobre a promessa de divulgar a contagem de votos.

    Mas, se o fizer, o Brasil avalia pedir a checagem das atas de Maduro a algum órgão independente. Só de não engolir o que Maduro propõe, submeter as atas à Suprema Corte venezuelana, alinhada ao seu governo, diplomatas brasileiros indicam que manterão o Brasil em papel de destaque.

    Ainda que sozinho não consiga convencer Maduro a agir com transparência, nem impedir Lula e o PT de continuarem com sinais trocados, ao envolver outros países e buscar somar forças por um processo transparente, o Itamaraty fará com que o Brasil saia do jogo pela porta da frente.

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