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    Venezuela: María Corina diz que está escondida e que teme pela sua vida, em artigo no WSJ

    Líder da oposição venezuelana volta a dizer que pode provar que Maduro foi derrotado nas eleições presidenciais do país

    Gabriella Lodida CNN

    A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, escreveu um artigo no jornal Wall Street Journal nesta quinta-feira (1º) em que pede apoio à comunidade internacional em relação aos resultados das eleições venezuelanas.

    Machado volta a afirmar que pode provar que o presidente declarado vitorioso na disputa segundo o conselho eleitoral, Nicolás Maduro, foi derrotado pelo opositor Edmundo González.

    “Ele perdeu de forma esmagadora para Edmundo González , 67% a 30%. Sei que isso é verdade porque posso provar. Tenho recibos obtidos diretamente de mais de 80% das seções eleitorais do país”, escreve Machado no artigo.

    Ela acrescenta que está escondida após a contestação dos resultados, temendo por sua vida: “Escrevo isso escondido, temendo pela minha vida, pela minha liberdade e pela dos meus compatriotas da ditadura liderada por Nicolás Maduro.”.

    Machado conclui seu artigo pedindo apoio à comunidade internacional: “Agora cabe à comunidade internacional decidir se tolera ou não um governo demonstravelmente ilegítimo”.

     

    Líder opositora relembra histórico político

    Machado relembra no artigo o seu histórico na política da Venezuela. Ela relata sobre as eleições primarias em que ganhou mais de 90% dos votos da oposição no ano passado, mas foi impedida de concorrer a cargos públicos após alegações de que não incluiu alguns vales-alimentação em sua declaração de bens.

    Machado descreveu a decisão de barrá-la, confirmada pelo Supremo Tribunal da Venezuela, como ilegítima: “Embora eu tenha vencido uma primária aberta com 92% de apoio, ele me proibiu de concorrer à presidência”

    O candidato da oposição à Presidência, Edmundo González, é apoiado por Machado e é quem ela defende ser o presidente eleito nas eleições de domingo (28).

    Ela também denunciou a prisão de membros da campanha da oposição no artigo: “Durante todo esse tempo, dezenas de meus colegas foram presos, e seis dos meus principais assessores, incluindo meu chefe de campanha, buscaram asilo na Embaixada Argentina”.

    Machado explica as provas do resultado eleitoral

    A líder da oposição da Venezuela ainda explicou no artigo que escreveu para o Wall Street Journal como consegue comprovar a vitória de González: “Na segunda-feira à tarde, tínhamos o suficiente para confirmar a certeza matemática da nossa vitória. No dia seguinte, eles (recibos dos eleitores) foram carregados em um site para o mundo ver. Provas dessa fraude descarada foram fornecidas a chefes de estado em todo o mundo.”

    Ela ainda afirmou no artigo que o órgão eleitoral do país faltou com transparência no processo de apresentar os resultados: “O Conselho Eleitoral Nacional, que é obrigado por lei a publicar esses resultados no máximo 48 horas após a eleição, rapidamente fechou seu próprio site. O motivo, alegam seus membros, é um ataque cibernético da Macedônia do Norte.”

    Machado cita que Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela não publicou os resultados detalhados por colégio eleitoral e mesa de votação que respaldam o anúncio da vitória do presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de domingo (28), mas as atas que contêm esses resultados já circulam na internet, conforme verificado pela CNN.

    Protestos na Venezuela

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    A líder da oposição citou os protestos que aconteceram no país contra a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela para um novo mandato.

    Machado escreve: “Depois dessa farsa, protestos espontâneos eclodiram, especialmente em setores pobres de Caracas e outras cidades. O Sr. Maduro respondeu com repressão brutal. As forças de segurança do Estado mataram pelo menos 20 venezuelanos, prenderam mais de 1.000 e forçaram 11 desaparecimentos.”

    O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou na quarta-feira (31) que 1.062 pessoas foram detidas por relação com os protestos em todo o país que eclodiram desde segunda-feira (29) contra os resultados das eleições presidenciais.

    Saab ainda afirmou que 77 agentes da lei ficaram feridos em confrontos com manifestantes e que um sargento da Guarda Nacional morreu na terça-feira (30).

    O número de mortos em protestos na Venezuela aumentou para 11, incluindo dois menores de idade, segundo a ONG Foro Penal. Cinco das vítimas morreram em Caracas, ainda de acordo com a organização.

    Expulsão de diplomatas da Venezuela

    María Corina Machado também escreveu no artigo do Wall Street Journal sobre a expulsão de diplomatas de sete países pelo governo da Venezuela, após acusações de fraude eleitoral nas eleições de domingo.

    “A maior parte da nossa equipe está escondida e, depois que sete missões diplomáticas foram expulsas da Venezuela, meus assessores na Embaixada Argentina estão sendo protegidos pelo governo do Brasil. Posso ser capturado enquanto escrevo estas palavras.”, relatou Machado.

    Ela ainda recorda sobre a representação do governo brasileiro dos interesses da Argentina após a expulsão do corpo diplomático argentino da embaixada em Caracas.

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