Maduro deve aumentar repressão interna na Venezuela, prevê especialista à CNN
Professora de Relações Internacionais Denilde Holzhacker analisa cenários após promessa de divulgação das atas eleitorais pelo presidente venezuelano
A professora de Relações Internacionais da ESPM Denilde Holzhacker prevê um aumento na repressão interna na Venezuela após a promessa do presidente Nicolás Maduro de divulgar as atas eleitorais. Em entrevista ao Bastidores CNN, a especialista analisou os possíveis desdobramentos da situação política no país.
Segundo Holzhacker, o cenário mais provável é que Maduro intensifique as medidas repressivas para controlar grupos opositores e manifestações. “Ele tem sido cada vez mais repressivo, então acho que o cenário é que ele aumente a repressão interna para controle dos grupos e o controle das manifestações que estão presentes”, afirmou.
Incertezas diplomáticas
A professora destacou dois aspectos relevantes para o futuro próximo da Venezuela. Primeiro, a aceitação das atas eleitorais tanto pela oposição interna quanto pela comunidade internacional. Em segundo lugar, as possíveis ações dos países em resposta à situação.
Holzhacker ressaltou que um grande grupo de nações já indicou a intenção de isolar ainda mais a Venezuela, o que teria implicações tanto para o regime quanto para a economia do país. No entanto, dois países desempenham papéis cruciais nesse cenário: Brasil e Estados Unidos.
O papel do Brasil e dos Estados Unidos
Em relação ao Brasil, a especialista questiona se o país adotará uma posição de pressão e afastamento do governo Maduro ou se buscará uma solução intermediária para manter o diálogo com o resto do mundo.
Quanto aos Estados Unidos, Holzhacker aponta que o presidente Joe Biden enfrenta uma situação crítica. “O Biden tem nesse momento uma situação crítica, que é decidir se vão aumentar o tom de pressão e se também vão tomar ações com relação às sanções”, explicou.
A professora concluiu que as respostas a essas questões determinarão a sustentação do governo Maduro, sua capacidade econômica de promover melhorias e o apoio dos grupos militares, fundamentais para a manutenção do poder na Venezuela.