Paris 2024: matemático diz que fez nadadores ficarem mais rápidos com modelos 3D
Técnica vestível foi usada pela seleção norte-americana de natação e mostrou resultados ao ajudar no desempenho dos atletas
A equipe de natação dos Estados Unidos, que está nos Jogos Olímpicos de 2024, teve como aliada em sua preparação uma técnica baseada em dados científicos. Desenvolvida pelo matemático Ken Ono e seu colaborador, Jerry Lu, a tecnologia utilizada cria modelos em 3D dos atletas e identifica possibilidades de melhoria.
O que era para ser um projeto semestral com atletas universitário avançou até alcançar a Olimpíada após os nadadores estudados se destacarem nas competições nacionais e internacionais.
Notados pelas equipes de alto nível — incluindo da seleção norte-americana, os cientistas passaram a acompanhar as preparações de importantes disputas de natação.
Ken Ono, da Universidade da Virgínia, em Charlottesville, nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista à revista Nature nesta quarta-feira (31) comentando sobre seu projeto e os resultados de atletas olímpicos.
“Nós os ajudamos [os atletas] a nadar com um pouco mais de eficiência em treinos de precisão — usando uma tecnologia vestível para otimizar individualmente [os resultados] para as provas que ele escolher. Identificamos alvos de oportunidade que podem melhorar seu desempenho que foram obtidos cientificamente.”
As melhorias apontadas pelos pesquisadores ajudam os atletas a diminuírem frações de segundo dos movimentos na piscina — o que melhora suas classificações nas disputas de natação. “O que fazemos é uma parte muito pequena, mas é emocionante ver as medalhas se concretizarem”, disse o matemático.
Na entrevista, Ono relatou que ele e Lu não são pagos nem considerados membros da equipe técnica, pois o número de treinadores permitidos na Olimpíada é limitado. Então, o cientista os classifica como consultores externos ou, até mesmo, “amigos e familiares” dos nadadores.
“Há uma sede por novas aplicações de matemática e ciência além do que as pessoas tradicionalmente pensam como matemática. Então isso dá a mim e à minha comunidade de matemáticos ao redor do mundo uma nova plataforma”, disse o pesquisador da Universidade da Virgínia.
E completou: “de certa forma, todos estamos estudando distribuições de probabilidade ou fenômenos matemáticos, mas em contextos diferentes.”
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