Análise: Irã e Israel evitam guerra direta
Lourival Sant'Anna avalia que, apesar da morte de líder do Hamas, ambos os países não desejam um confronto direto. Irã teria capacidade militar limitada contra Israel
A tensão no Oriente Médio aumentou após a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, mas, segundo o analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna, Irã e Israel não desejam uma guerra entre si. Em sua análise para o WW, Sant’Anna avaliou a situação atual e as capacidades militares dos países envolvidos.
De acordo com o especialista, apesar das ameaças e da retórica agressiva, ambas as nações parecem estar evitando uma escalada que poderia levar a um conflito direto. “Eu ainda acho que o Irã não deseja uma guerra com Israel e que Israel também não deseja uma guerra com o Irã”, afirmou Sant’Anna.
O analista destacou que, mesmo após o incidente, Israel não assumiu publicamente a responsabilidade pela ação. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, limitou-se a fazer comentários vagos sobre golpear inimigos, sem admitir explicitamente o envolvimento do país.
Lourival Sant’Anna ressaltou que, em termos de poderio militar, o Irã não teria condições de enfrentar Israel, especialmente considerando o apoio dos Estados Unidos aos israelenses. “O Irã não tem condições militares de enfrentar Israel, ainda mais com o apoio dos Estados Unidos”, explicou.
O analista também lembrou um episódio anterior, quando os Estados Unidos mataram o general iraniano Qasem Soleimani em 2020. Na ocasião, apesar das ameaças de
“vingança severa”, a resposta do Irã foi limitada, atacando apenas bases iraquianas sem causar baixas americanas.
Sant’Anna observou que, embora a situação atual seja diferente, com um novo presidente iraniano no poder, ainda há dúvidas se o Irã realmente realizaria um ataque que pudesse provocar uma escalada significativa no conflito. O analista concluiu que é necessário acompanhar atentamente os próximos desenvolvimentos na região.