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    Alta no rendimento dos trabalhadores pode ser fator de preocupação com inflação, dizem especialistas

    Economista ouvida pela CNN aponta que se a oferta não acompanhar a alta de rendimento, pode ocorrer um aumento de preços

    Carol Raciunascolaboração para a CNN

    O rendimento médio real de cidadãos ocupados no Brasil chegou a R$ 3,2 mil no trimestre encerrado em junho deste ano. O dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O valor levou a uma alta de 1,8% no trimestre e de 5,8% na comparação anual. Com isso, a massa de rendimentos chegou a um novo recorde da série histórica, de R$ 322,6 bilhões.

     

    O dado, apesar de positivo, pode preocupar o Banco Central (BC) diante do cenário econômico do país, e isso pode acabar impactando na decisão sobre os juros, explicam economistas ouvidos pela CNN.

    A economista Carla Beni, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que é um dado a ser comemorado.

    No entanto, ela aponta que é preciso ter em vista a capacidade de oferta de bens e serviços do Brasil diante da alta da intenção de consumo destes trabalhadores que tiveram aumento do rendimento médio mensal no período.

    “Se tiver mais gente com dinheiro na mão e não for possível aumentar a oferta, é possível que ocorra um aumento da inflação”, analisa Beni.

    Ela afirma ainda que, se subir ou mantém a taxa de juros no patamar que está, pode ocorrer uma neutralização do ganho real da população.

    A alta do rendimento dos trabalhadores leva à chance de preocupação do BC se o aumento dos salários for maior que o ganho de produtividade dos trabalhadores no processo produtivo, aponta o economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo.

    Ele aponta ainda que esse aumento de rendimento também pode agravar a preocupação do BC se não for compensado por alguma redução de custo de produção ligado ao trabalhador que está sendo contratado.

    Desemprego recua

    Dados do IBGE publicados nesta manhã mostraram que a taxa de desemprego foi de 6,9% no segundo trimestre, menor nível para o período em 10 anos e com novo recorde de pessoas trabalhando, além de aumento da renda.

    Ela ainda ficou abaixo de 7% pela primeira vez desde o início de 2015, e é também a menor para um trimestre encerrado em junho desde 2014, quando também foi de 6,9%.

    Na véspera, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indicaram que a abertura de vagas formais de emprego no Brasil acelerou para 201,7 mil em junho.

    Em maio, o número havia sido de 139,3 mil postos formais.

    No acumulado do ano, o resultado ficou positivo em 1,3 milhão de postos de trabalho, enquanto nos últimos 12 meses o acumulado soma 1,72 milhão.

    Os dados de maio mostraram que o salário médio real de admissão se manteve estável em comparação aos meses anteriores, em R$ 2.132,82, com estabilidade (queda de R$ 5,15, -0,2%) em comparação com o valor de maio (R$ 2.137,97).

    Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$ 43,28 (+2,1%).

    Para trabalhadores do sexo masculino, o valor no contrato ficou em R$ 2.221,93, enquanto mulheres receberam R$ 2.008,28.

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