Cidade de 11 mil habitantes agora é capital nacional do artesanato têxtil
Atividade é fonte de renda da maior parte da população local; tradição remonta ao século XVIII
Uma lei transformou a cidade de Resende Costa (MG) na Capital Nacional do Artesanato Têxtil.
A lei 14.929 de 2024 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 23 de julho, quando entrou em vigor. A norma foi sancionada sem vetos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no dia anterior.
Caminho no Congresso
A medida nasceu do projeto de lei 3.183/2023, aprovado em decisão final pela Comissão de Educação (CE) do Senado em 25 de junho.
O texto foi apresentado pela deputada federal Ana Pimentel (PT-MG) e obteve voto pela aprovação do relator, o senador licenciado Carlos Viana (Podemos-MG).
Tradição e fonte de renda
O senador Viana observou que o título ajudará a promover o artesanato têxtil nacional e internacionalmente, além de incentivar o crescimento econômico e a sustentabilidade de Resende Costa.
De acordo com dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, vivem na cidade atualmente 11.230 pessoas.
O parlamentar pontuou ainda que o município tem tradição na produção artesanal de tecidos e sua população transmite para as novas gerações os conhecimentos e técnicas da tecelagem, que é uma importante fonte de renda das famílias.
Segundo a prefeitura local, aproximadamente 70% da população vive direta ou indiretamente do comércio ou da produção de artesanato.
Terra de inconfidentes
A cidade de Resende Costa corresponde à antiga Vila de Nossa Senhora da Penha de França da Lage, erguida no alto de um penhasco na primeira metade do século XVIII.
Diferentemente de outras cidades mineiras, a cidade não contou com a exploração do ouro ou outro metal precioso. Além da tecelagem, as principais atividades eram a pecuária e o comércio de produtos de fazendas da região.
De acordo com relatos históricos, viveram lá os inconfidentes Capitão José de Resende Costa (1730-1798), proprietário da fazenda dos Campos Gerais, e seu filho, o também inconfidente José de Resende Costa (1765-1841).
O nome da cidade é uma homenagem a José de Resende Costa (o filho), figura que se destacou na Conjuração Mineira junto àqueles que tentaram obter a libertação da então colônia do império de Portugal.
Degredado para a África junto com seu pai e a maioria dos inconfidentes, ele retornou mais tarde ao Brasil, onde foi deputado da 1ª Assembleia Constituinte e conselheiro do Império.
*Com informações da Agência Senado