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    Venezuela se aproxima de regime autoritário russo, avalia professor

    Incerteza institucional agrava crise no país após anúncio de vitória de Nicolás Maduro

    Salvador Stranoda CNN

    Eleições livres, justas e regulares são a base da democracia. Além disso, a ideia de que todos os envolvidos aceitem o resultado eleitoral é essencial para garantir a estabilidade democrática e a alternância de poder. Praticamente todas essas características estão em xeque na disputa venezuelana, encerrada na madrugada desta segunda-feira (29).

    A justiça venezuelana cassou a candidatura de duas das principais opositoras do presidente Nicolás Maduro; entidades internacionais já questionaram publicamente o resultado anunciado pela Conselho Eleitoral Nacional; e a oposição se recusou a aceitar o anúncio da terceira vitória seguida de Nicolás Maduro.

    Mas o que essa crise representa para a estabilidade democrática venezuelana? A expectativa de especialistas consultados pela CNN é de que o episódio marque o início de uma escalada autoritária do líder bolivariano, Nicolás Maduro.

    “O governo Maduro deve proceder imediatamente à criminalização da liderança opositora, principalmente porque María Corina Machado declarou Edmundo Gonzalez vencedor e afirmou que a oposição recebeu 70% dos votos”, afirma Felippe Ramos, Ph.D em sociologia pela New School for Social Research e especialista em democracia, crises constitucionais, populismo e autoritarismo.

    Em contrapartida, a líder da oposição convocou manifestações e deve manter a pressão internacional contra o governo Maduro — o que pode deve resultar na ampliação da repressão estatal aos manifestantes, segundo Ramos.

    Decisão que pode agravar uma derrocada diplomática que já teve impactos duros para Caracas.

    Em 2017, a Venezuela foi suspensa do Mercosul por ferir a cláusula democrática do bloco e há anos convive com sanções econômicas por parte dos Estados Unidos e da União Europeia.

    “A provável fraude eleitoral indica uma transformação qualitativa do regime político. Até o momento, tratava-se de um autoritarismo competitivo populista radical, que dependia da legitimidade eleitoral vista como plebiscitária. A partir de agora transitamos para um regime de tipo russo, no qual a via eleitoral para a mudança de governo se fecha e as eleições se tornam meras aclamações do candidato oficial”, avalia Ramos.

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